Apesar da resistência da Prefeitura de Ferraz de Vasconcelos, o vereador Antônio Marcos Atanázio (MDB), o Marcos BR, promete continuar insistindo no reaproveitamento do antigo prédio da Escola Técnica Estadual (Etec), na Avenida Jânio Quadros, 2.000, na Vila Jamil. No local abandonado desde o início do ano, ele quer a transferência do posto de saúde situado na Rua Moreira Neto, no mesmo bairro, do Pronto Atendimento Infantil (PAI) que funciona nas imediações e a instalação de uma base fixa da Guarda Civil Municipal (GCM).
Na verdade, caso as medidas sugeridas por Marcos BR, em fevereiro, tivessem sido adotadas pela municipalidade teriam evitado a depredação do prédio por vândalos. O pior é que a cada dia que passa aumenta o desmonte do patrimônio público.
No fundo, da ex-sede da Etec que atendeu no local durante dez anos até mudar-se para o Jardim São João, não existe nenhum pedaço intacto, ou seja, os marginais permanecem destruindo quase tudo que ainda resta da estrutura física. Além disso, a edificação em ruína também serve de abrigo a usuários de droga.
Com isso, quanto mais tempo sem a reutilização do imóvel, mais dinheiro público precisará ser aplicado para recuperar o espaço. Por outro lado, Marcos BR lamenta que o pessoal da Etec tenha mantido agentes de segurança privada no local durante mais 15 dias, após deixar o antigo prédio e comunicar a sua saída para a administração da cidade, no entanto, o Poder Executivo sequer designou guardas municipais para garantir a preservação do patrimônio, o que só demonstra a falta de compromisso com a coisa pública.
Inicialmente, o emedebista propôs a implantação de uma creche e de uma pré-escola. Para custear os serviços da adaptação o vereador apresentou inclusive uma emenda impositiva de R$200 mil ao orçamento vigente, todavia, nada disso fora suficiente para convencer o governo municipal a fazer algo para levar os dois equipamentos públicos para o bairro da Vila Jamil. Em função da inoperância do governo local em investir a verba obrigatória, Marcos BR não descarta a possibilidade de ingressar na justiça com a uma ação por improbidade administrativa.
Sem ventilação, consultório médico no PAI exala cheiro de mofo
Enquanto a Prefeitura da cidade ignora o que vai fazer com ex-prédio da Etec, o Pronto Atendimento Infantil (PAI), na Avenida Governador Jânio Quadros, 1.303, no Parque São Francisco, sofre para atender dignamente os seus pacientes. Na unidade, os servidores se desdobram para enfrentar as limitações existentes, entre elas, um consultório médico sem ventilação, que, por sua vez, logo ao abrir a porta exala o cheiro de mofo. Lá, tudo é apertado. A sala da direção mais parece um cubículo.
O drama maior acontece nos dias em que os dois médicos pediatras dão expediente, já que um deles tem de usar o consultório exíguo e com apenas uma pequena fresta. De acordo com os relatos de funcionários, há momentos em que o atendimento precisa ser feito com a porta aberta, ou seja, o profissional e o paciente ficam expostos. Enfim, não existe nenhum tipo de privacidade na relação médico-usuário. Por isso, os servidores e os usuários acreditam que seria uma boa ideia o Pai ser transferido para o antigo prédio da Etec.
Gestantes correm o risco de cair ao descer de escada
Também cotado para ser transferido para a ex-sede da Etec, o posto de saúde na Rua Moreira Neto, na Vila Jamil, além de padecer com problemas de infiltração e de acústica, possui ainda uma verdadeira armadilha, sobretudo, a mulheres gestantes. Trata-se da escada interna para subir até o piso superior. Aliás, havia dois anos, uma grávida despencou ao descer os degraus do referido acesso.
A atual estrutura física da sede alugada da Unidade de Saúde da Família (USF) também complica a vida de servidores e pacientes quando chove forte no bairro. Na prática, a água que deveria escorrer pela calha na parte da frente do imóvel acaba entrando no prédio para o desespero de todos.
Prefeitura desperdiça R$70 mil por ano com aluguel
Caso acatasse a indicação do vereador Marcos BR, a Prefeitura de Ferraz de Vasconcelos economizaria por ano em torno de R$70 mil com o pagamento de aluguel destinado ao prédio do PAI e a casa onde funciona o posto de saúde, na Vila Jamil. Com esse dinheiro, avalia o parlamentar, a administração da cidade poderia usar, por exemplo, no trabalho de zeladoria ou para comprar insumos para as Unidades Básicas de Saúde (UBSs).
“Em suma, não tem sentido, o governo municipal falar que não possui recurso financeiro para investir em serviços básicos na cidade e, ao mesmo tempo, relutar em querer reutilizar o espaço público próprio, isto é, sair do aluguel onde funcionam o PAI e o posto de saúde, na Vila Jamil”, critica Marcos BR. Ele promete mobilizar a população por meio de um abaixo-assinado para pressionar o Poder Executivo a ocupar a ex-sede da Etec cada vez mais depredada.