Os prefeitos do Alto Tietê não concordam com a implantação de pedágio na Rodovia Mogi-Dutra (SP-88) e estão mobilizados para impedir que a proposta avance. O recado para o Governo do Estado foi dado no dia 24/10 pelo presidente do CONDEMAT – Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê, prefeito Rodrigo Ashiuchi, durante reunião do Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana de São Paulo, que tratou justamente do tema mobilidade e teve a presença do secretário estadual João Octaviano Machado Neto, de Logística e Transportes.

O presidente do CONDEMAT deixou claro para os representantes estaduais e prefeitos que integram o Conselho Metropolitano que a proposta de pedágio, parte do projeto de concessão das Rodovias Mogi-Dutra e Mogi-Bertioga divulgado na segunda-feira pela Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo), não será aceita pelos prefeitos. A medida, segundo Ashiuchi, inviabilizará atividades econômicas essenciais para a Região, como a agricultura e indústria, além de prejudicar estudantes, trabalhadores e moradores dos bairros da Divisa e de condomínios residenciais.

“A Rodovia Mogi-Dutra é a ligação das cidades da Região com as rodovias que levam para São Paulo, Vale do Paraíba e Rio de Janeiro. Milhares de pessoas passam diariamente por ela para estudar e trabalhar, além dos caminhões e carretas com alimentos cultivados na Região e mercadorias produzidas pela indústria”, sustentou o presidente do CONDEMAT. “Demoramos anos para conseguir a duplicação do primeiro trecho da Rodovia e só agora o segundo trecho, entre Mogi e Arujá, está sendo duplicado. Colocar um pedágio na Mogi-Dutra comprometerá todas as melhorias e vai inviabilizar o desenvolvimento das nossas cidades”, completou Ashiuchi.

O secretário estadual João Octaviano Machado Neto evitou se comprometer sobre o assunto no Conselho Metropolitano e transferiu para a Artesp a decisão sobre o pedágio na Mogi-Dutra. “Vamos nos reunir com a Artesp para eles decidirem”, informou.

O presidente Ashiuchi adiantou que o CONDEMAT vai se mobilizar com deputados federais e estaduais, vereadores e outras lideranças para impedir que a proposta do pedágio na Mogi-Dutra seja levada adiante. “É importante que o projeto de concessão das rodovias seja revisto sem essa ideia e que ele seja amplamente discutido com a população e representantes das cidades envolvidas”, defendeu.

Ainda sobre a Mogi-Dutra, o presidente do CONDEMAT pediu ao Estado o cumprimento do prazo para entrega das obras de duplicação no trecho entre Mogi e Arujá e a inclusão de um dispositivo de acesso em Arujá, caso contrário, será criado um gargalo no trânsito local.

O presidente do CONDEMAT também defendeu as obras de duplicação da Rodovia SP-53, entre Santa Isabel, Arujá e Itaquaquecetuba, que vai gerar empregos e melhorar a logística da Região, e reivindicou mais uma vez a implantação da alça de saída do Rodoanel na Rodovia SP-66. O prefeito Ashiuchi lembrou que o Trecho Leste está em funcionamento desde 2014 e a ausência do dispositivo prejudica a logística para as empresas instaladas no Alto Tietê.

A melhoria das estradas vicinais e rurais foi outra reivindicação do presidente do CONDEMAT ao Governo do Estado. Foi solicitado apoio aos municípios na recuperação, manutenção e pavimentação das vias que atendem principalmente o escoamento da produção agrícola e os turistas. Por fim, o prefeito Ashiuchi cobrou as obras do Corredor Metropolitano BRT-Alto Tietê e a integração tarifária dos ônibus municipais com a CPTM.

“Tivemos a oportunidade de apresentar hoje, no Conselho de Desenvolvimento Metropolitano, algumas prioridades do Alto Tietê para a melhoria da mobilidade nas nossas cidades. Esse é um canal importante porque está diretamente ligado ao Estado e esperamos que a nossa Região seja atendida”, concluiu o presidente do CONDEMAT.

Fonte: Condemat