*Juliane Gallo

No dia 4 de novembro, comemoramos os 85 anos do direito amplo e irrestrito de a mulher votar no Brasil. É até mesmo difícil imaginar isso nos dias de hoje. Mas, até pouco tempo, não podíamos ir às urnas de forma democrática escolher nossos representantes para os poderes constituídos. Também não faz muito tempo que a mulher passou a ter maior protagonismo nas eleições.

Hoje, até vemos mulheres maravilhosas sendo candidatas nos mais diferentes cargos. Contudo, até pouco tempo, se quisessem participar de campanha, teriam de se contentar em fazer parte da equipe de trabalho de um candidato (homem), ou, mais, recentemente, a preencherem cotas partidárias. Ou seja, nos partidos, as mulheres eram encaradas mais como porcentagem, como um número numa planilha de Excel, do que como projeto político.

De lá para cá, nós, mulheres, vivemos ouvindo, lendo e falando por aí que “nossa caminhada” para ocuparmos espaço na Política é desafiadora. Já a história nos mostra que estamos falando de uma maratona, de um triatlo, de uma escalada ao Everest. E, não é de hoje, também, que, assim que a mulher dá um passo importante e determinante nesta seara, fazendo com que ela chegue ainda mais perto da linha de chegada, alguém vai lá e desloca essa linha de chegada para quilômetros a frente…

Mas, tudo bem! Estamos, afinal, acostumadas a enfrentar de TPM a machismo, de preço alto no mercado a assédios descabidos e à discriminação. Moral da história: não vamos desistir! Aliás, e com muito orgulho, faço parte do grupo que vem enfrentando o sistema feito “por eles e para eles” para ver ainda mais mulheres na Política, mais candidatas eleitas e mais representantes do sexo feminino lutando por dias melhores para toda a nossa nação.

Faz cem anos que está escrito que a gente não pode isso e aquilo, inclusive se engajar politicamente. Só que já faz tempo, também, que nós, mulheres, provamos que a Política é a arte do possível e que o possível é só uma questão de persistência!

Felizmente, ainda sobra coragem para enfrentarmos sistemas, usos e costumes. Afinal, se é de mudança que o Brasil precisa, não é só de nomes. É de postura! E mudança de verdade anda de mãos dadas com o futuro! E, futuro não escolhe gênero. É para todo mundo, o que inclui eu, você, todos nós! Simples, assim!

Juliane Gallo é bacharel em Direito, especialista em Defesa do Consumidor, pós-graduanda em Direito Público, coordenadora do Procon de Ferraz de Vasconcelos-SP e membro do Conselho Municipal de Direitos da Mulher de Ferraz de Vasconcelos-SP