Após a divulgação de um gasto do governo federal de R$ 1,8 bilhões com alimentos e bebidas, partidos e políticos estão indo atrás para que instituições como a PGR (Procuradoria-geral da República), o STF (Supremo Tribunal Federal) e TCU (Tribunal de Contas da União) investiguem essas compras.

O PSOL, através do deputado David Miranda, do Rio de Janeiro, protocolou uma ação pedindo que o procurador-geral da república, Augusto Aras, investigue o gasto. O parlamentar solicita que o órgão apure o ocorrido e responsabilize o presidente Jair Bolsonaro. A ação foi assinada pelas deputadas Sâmia Bomfim (PSOL-SP), Fernanda Melchionna (PSOL-RS) e Vivi Reis (PSOL-PA).

“Bolsonaro gastou mais de R$ 1,8 bilhão de reais em mercado. Isso só em 2020. O Brasil não estava quebrado? Quantos cilindro de oxigênio esse valor compraria? Isso é lavagem? Superfaturamento?, questionou o deputado.

O PDT, através de Ciro Gomes, afirmou que vão acionar o STF (Supremo Tribunal Federal) para que os gastos sejam investigados.

“Há potencial de vários crimes. O mais grave são os indícios de peculato”, disse o vice-presidente do partido. Pelo Twitter, Ciro já havia se manifestado na manhã desta terça-feira (26/1). “Entrarei na justiça para pedir explicações sobre os gastos absurdos do Bolsonaro! Mais de R$ 15 milhões em Leite Condensado e Chiclete com dinheiro público? Isso é corrupção!”, escreveu.

Além dos partidos, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e os deputados federais Tabata Amaral (PDT-SP) e Felipe Rigoni (PSB-ES), protocolaram, nesta terça-feira (26), uma representação no TCU (Tribunal de Contas da União) contra a presidência da república. Os parlamentarem também querem a investigação dos gastos do executivo em alimentação.

Em 2020, os órgãos sob comando do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) gastaram pouco mais de R$ 5 milhões na compra da fruta desidratada. O gasto com o produto não é nem 1% do valor total pago na compra de supermercado do governo. As informações do jornal Metrópoles.

Levantamento do (M)Dados, núcleo de jornalismo de dados do Metrópoles, com base do Painel de Compras atualizado pelo Ministério da Economia, mostra que, no último ano, todos os órgãos do executivo pagaram, juntos, mais de R$ 1,8 bilhão em alimentos – um aumento de 20% em relação a 2019. Para a reportagem, foram considerados apenas os itens que somaram mais de R$ 1 milhão pagos.

Além do tradicional arroz, feijão, carne, batata frita e salada, no “carrinho” estiveram incluídos biscoitos, sorvete, massa de pastel, leite condensado – que associado ao pão forma uma das comidas favoritas do presidente – , geleia de mocotó, picolé, pão de queijo, pizza, vinho, bombom, chantilly, sagu e até chiclete.

Os valores chamam a atenção. Só em goma de mascar, foram R$ 2.203.681, 89 aos cofres públicos. Sem contar a compra de molho shoyo, molho inglês e molho de pimenta que, juntos, somam mais de R$ 14 milhões do montante pago. Pizza e refrigerante também fizeram parte do cardápio do ano. Débito de R$ 32,7 milhões dos cofres da União. (Informações do jornal Metrópoles)