Um apoiador do Movimento Brasil Livre (MBL), de 15 anos, foi agredido neste domingo (25) em ato de campanha de Guilherme Boulos (PSOL), na Avenida Paulista, em São Paulo.

Em vídeo gravado pelo jovem, que se chama Pedro Arthur, ele aborda Boulos durante ato na Avenida Paulista e questionou o por quê dele defender Cuba, se ele defende democracias.

“Fala, Boulos, você que defende democracia, por que defende ditaduras como Cuba?”, questionou.

Logo após a pergunta, alguém fala “sai daqui” e o celular do jovem é derrubado e não é possível ver o que acontece.

Em outro vídeo, é possível ver o adolescente tentando sair do local e sendo agredido com chutes e socos por militantes do PSOL que acompanhavam o ato.

Guilherme Boulos se manifestou nas redes sociais dizendo que um grupo do MBL provocou a militância dele.

“Mais uma vez os provocadores do MBL causam confusão! Hoje estávamos numa caminhada na Paulista quando um grupo do MBL foi provocar nossa militância. Usaram um garoto menor de idade para vir com o celular na minha cara, gerando empurra-empurra com pessoas que me acompanhavam“, escreveu.

Em nota, o MBL disse que o jovem foi questionar o candidato e acabou sendo agredido pelo candidato e sua militância.

“O militante da campanha de Renato Battista, Pedro Arthur, de 15 anos, estava com os pais na Paulista e foi questionar Guilherme Boulos, mas acabou sendo agredido pelo candidato e sua militância. Felizmente o candidato Cristiano Beraldo chamou a Polícia imediatamente, que tentou deter o agressor, mas foram impedidos pelos psolistas. Boulos não apenas agrediu um menor, como resistiu à polícia e fugiu do local com auxílio de seus pelegos”.

Nos vídeos divulgados nas redes, o candidato não é visto participando das agressões cometidas por outros militantes.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que “um adolescente de 15 anos informou às equipes que foi agredido por um candidato a deputado federal, apresentando imagens das agressões e lesões aparentes no corpo”.

“Os policiais localizaram o candidato e solicitaram que ele os acompanhasse até a delegacia para registro dos fatos. O candidato se recusou a acompanhar as equipes ao distrito policial e um grupo de pessoas passou a hostilizar os policiais, que precisaram intervir, controlando o tumulto”.

Policiais tentarem deter Boulos no local, que questionou a ação.

“Fala para a pessoa supostamente agredida ir no D.P. e fazer o B.O. O senhor sabe que é esse o procedimento. Se eventualmente tiver qualquer coisa contra mim – o que não terá, porque não agredi ninguém nem o faria – eu vou ser intimado pela Polícia Civil”, disse Boulos aos policiais.

Em nota, a assessoria de Boulos afirmou que “a tentativa de prisão ilegal gerou um impasse que durou cerca de 30 minutos, e foi solucionado após a intervenção de advogados que observaram a confusão, como os criminalistas Ariel de Castro Alves e Augusto de Arruda Botelho”.

“Por lei, a Polícia Militar só pode efetuar prisões em flagrante, o que não aconteceu pelo simples fato de que não houve agressão por parte do candidato. Além disso, a ação dos policiais viola o artigo 236 do Código Eleitoral, que dá imunidade a todos os candidatos por 15 dias antes da data da votação”, complementa a nota.

Segundo a SSP, a ocorrência foi registrada pela família de Pedro Arthur no 78º DP (Jardins). Após a discussão, a polícia dispersou os presentes utilizando gás de pimenta.