Tomou posse neste domingo (1), Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o 39º presidente da história do país. Milhares de apoiadores do agora atual presidente compareceram à Esplanada dos Ministérios, em Brasília, para acompanhar a celebração do início do mandato de Lula.
O presidente ressaltou em discurso a defesa da democracia, além do foco no combate à pobreza e à fome. Lula chegou a se emocionar e chorar ao falar da fome no Brasil.
Sem citar o nome de Jair Bolsonaro (PL), Lula fez críticas ao governo anterior.
No início da tarde, Lula subiu no tradicional Rolls Royce da presidência. O atual presidente estava acompanhado da primeira-dama, Janja da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin e da mulher do vice, Lu Alckmin.

Lula foi empossado no Congresso, em cerimônia diante dos parlamentares e dos presidentes do Senado e da Câmara, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e Arthur Lira (PP-AL), respectivamente.

Em discurso de 31 minutos, presidente deu ênfase na defesa da democracia. “Sob os ventos da redemocratização, dizíamos ‘ditadura nunca mais’. Hoje, depois do terrível desafio que superamos, devemos dizer ‘democracia para sempre'”, declarou o presidente.
O presidente também disse que seu governo seria de esperança e união do país, sem revanchismo.
Sem citar o ex-presidente Jair Bolsonaro, ele falou sore as irregularidades na pandemia e declarou que irá investiga-las.
“Em nenhum outro país, a quantidade de vítimas fatais foi tão alta proporcionalmente à população quanto no Brasil, um dos países mais preparados para enfrentar as emergências sanitárias”, disse.
“Este paradoxo só se explica pela atitude criminosa de um governo negacionista, obscurantista e insensível à vida. As responsabilidades por este genocídio hão de ser apuradas e não devem ficar impunes”, completou Lula.
Ao sair do Congresso, o destino do presidente foi o palácio do Planalto, rumo à subida da rampa. Em uma cena histórica, ele subiu acompanhado da primeira-dama, Janja, cidadãos comuns e sua cachorrinha, Resistência.

No alto da rampa, a faixa passou pelas mãos de representantes do povo e foi entregue à Lula por Aline Sousa, uma mulher de 33 anos.
Com a faixa já no peito, Lula se dirigiu ao parlatório do palácio, para falar com a multidão que o aguardava na Praça dos Três Poderes, nesse discurso, ao falar da fome, Lula chorou.
“Há muito tempo, não víamos tamanho abandono e desalento nas ruas. Mães garimpando lixo em busca de alimento para seus filhos. Famílias inteiras dormindo ao relento, enfrentando o frio, a chuva e o medo. Crianças vendendo bala ou pedindo esmola, quando deveriam estar na escola vivendo plenamente a infância a que têm direito”, declarou.
“Trabalhadores e trabalhadoras desempregados, exibindo nos semáforos cartazes de papelão com a frase que nos envergonha a todos: ‘por favor, me ajuda'”, completou enquanto perdia a voz em razão do choro.

Logo após, Lula recebeu dentro do Palácio do Planalto, os cumprimentos de líderes estrangeiros, entre eles, 17 chefes de Estado.
Em sequência, o presidente deu posse a seus 37 ministros.
Ainda no Palácio do Planalto, Lula assinou seus primeiros atos de administrativos de seu mandato. Foram eles, a medida que garante o pagamento de R$ 600 do Bolsa Família, decreto que altera a política de Bolsonaro de flexibilização de acesso às armas, além da reavaliação do sigilo de 100 anos imposto por Jair Bolsonaro em documentos.