O pai de Mauro Cid, o general da reserva do Exército, Mauro César Lorena Cid, desempenhava o papel de negociador das joias e outros ativos nos Estados Unidos, como indicam as averiguações realizadas pela Polícia Federal (PF). Lorena Cid recebia os montantes resultantes dessas transações diretamente em sua conta bancária.
Tanto o militar quanto seu filho, Mauro Cid, estão entre os indivíduos visados por uma operação conduzida pela Polícia Federal nesta sexta-feira (11), relacionada à alegada tentativa de comercialização ilegal de presentes oferecidos a representantes do governo federal por delegações estrangeiras.
De acordo com as informações da PF, os rendimentos provenientes da venda das joias e relógios eram transferidos para a conta bancária do general na Flórida, nos Estados Unidos. Foi solicitada cooperação internacional aos Estados Unidos a fim de obter a autorização para a quebra do sigilo bancário dessa conta.
Mauro César Lourena Cid compartilhou um período acadêmico com Jair Bolsonaro na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) durante os anos 1970. No decorrer da gestão Bolsonaro, Mauro Cid desempenhou uma função federal em Miami, vinculada à Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex).
De acordo com a apuração da TV Globo, existem pelo menos quatro alvos identificados:
- Mauro Barbosa Cid, tenente-coronel do Exército e ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro;
- General do Exército Mauro Cesar Lourena Cid, pai de Mauro Barbosa Cid;
- Osmar Crivelatti, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e tenente do Exército;
- Frederick Wassef, advogado que já representou Jair Bolsonaro e seus familiares em diversos processos judiciais.
Os mandados foram emitidos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes no âmbito de um inquérito que investiga as atividades de uma alegada milícia digital envolvida em ações contrárias à democracia.