Terremoto de magnitude 6,6 é registrado no município de Tarauacá, interior do Acre

Um terremoto de magnitude 6,6 foi observado no município de Tarauacá, no interior do Acre, neste sábado (20). A informação foi divulgada pela Agência de Pesquisa Geológica do país (USGS), que monitora terremotos em todo o mundo.

A vibração ocorreu no noroeste do estado acreano, próximo à fronteira com o Peru, nação vizinha ao Acre, por volta das 16h31 (horário do Acre). O epicentro foi situado a 614,5 quilômetros de profundidade e a 124 km da cidade acreana.

Segundo os dados oficiais, o fenômeno não foi percebido no Acre, apesar da proximidade com a cidade acreana, devido à profundidade significativa. O Corpo de Bombeiros local informou que não houve registro de incidentes decorrentes do sismo.

Entretanto, o jornalista Gilson Oliveira relatou ter sentido a movimentação do solo. Ele descreveu que, por volta das 16h33, enquanto estava sentado no sofá, percebeu a casa oscilando. “Perguntei se minha esposa tinha sentido, ela disse que não tinha sentido. Eu senti, foi forte”, afirmou.

O terremoto deste sábado está entre os maiores já documentados no Brasil. Em janeiro de 2019, os habitantes de Tarauacá experimentaram um sismo que, conforme o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), atingiu a magnitude 6,8.

Já em junho de 2022, um tremor de intensidade 6,5 sacudiu a região na fronteira entre o Peru e o Brasil. O evento ocorreu por volta das 22h no horário de Brasília, a uma profundidade de 616 km e aproximadamente 111 km da cidade de Tarauacá, no Acre.

Sem danos
George Sand, professor de Sismologia na USP (Universidade de São Paulo) e membro da Rede Sismográfica Brasileira, esclarece que, quanto mais profundo o sismo, maior a dissipação da energia provocada antes de atingir a superfície.

Dessa forma, um abalo a 600 km de profundidade é menos perceptível para quem está na região. Os terremotos que resultam em danos ocorrem geralmente a uma profundidade entre 30 e 50 km abaixo do solo.

“A região amazônica próxima à Cordilheira dos Andes registra tremores dessa magnitude (6,6), com profundidades que variam de 300 a 600 km. Esses terremotos acontecem porque a região concentra duas placas tectônicas. O abalo acontece quando a placa de Nazca, que é mais pesada, mergulha sob a placa sul-americana”, detalha.