O secretário de habitação de Mogi das Cruzes, Carlos Lothar, esteve na Câmara Municipal na manhã desta quarta-feira (6), atendendo a uma convocação feita pela Casa Legislativa. Na ocasião, o chefe da pasta recebeu críticas dos vereadores com relação à realização de reuniões do projeto ‘Mogi Meu Lar’.
Desde o início de fevereiro, a Prefeitura de Mogi das Cruzes, por meio da secretaria municipal de habitação, vem convocando os 47 mil inscritos no Cadastro Municipal de Habitação para encontros no Cemforpe. Em média, segundo o secretário, 650 pessoas estão sendo recebidas no local por dia, sempre as segundas, quartas e sextas-feiras.
De acordo com a administração municipal, o objetivo das reuniões é apresentar aos inscritos os empreendimentos do programa Minha Casa Minha Vida que devem começar a ser construídos em breve na cidade.
No encontro com o secretário, os vereadores questionaram a necessidade de se convocar os mais de 40 mil inscritos, uma vez que o número de unidades habitacionais previstas para serem construídas na cidade é de pouco mais de 12 mil.
“Serão 12 mil casas para 47 mil pessoas. Existe uma enorme mobilização na cidade falando disso, sendo que, no final, sendo muito otimista, teremos 35 mil pessoas frustradas”, disse o vereador Iduigues Martins (PT).
“O número de cadastrados é significativo. Mas quantas casas vão sair? É de fato um programa social ou uma iniciativa para colher dados e fazer propaganda?”, questionou o vereador Edson Santos (PSD).
“Existe uma previsão para entregar essas moradias? A Prefeitura está alimentando os sonhos de muitos mogianos. Vocês estão vendendo ilusões? O que se tem de concreto?”, perguntou Carlos Lucarefski (PL).
O secretário Carlos Lothar respondeu aos parlamentares: “Queremos dar a oportunidade para todos se inscreverem. As famílias sonham com a casa própria, e o Legislativo e o Executivo sonham em atender toda demanda. Porém, existem requisitos a serem cumpridos pelas famílias. Nem todas vão se encaixar neles”, disse ele, acrescentando que, no momento, há 324 unidades aprovadas para o público de Faixa 1 e 12 mil unidades aprovadas para a faixa de 1,5, sendo que, neste último caso, as obras poderão iniciar ainda neste ano.
O vereador Zé Luiz (PL) questionou se não haveria uma outra maneira de informar os inscritos no cadastro habitacional sobre as novidades. “A Prefeitura tem um grande orçamento para a Comunicação Social. Por que não fazer uma cartilha com dados ao invés de convocar as pessoas lá no Cemforpe? Muita gente que está sendo chamada para esses encontros acha que já foi contemplada, só que isso não vai acontecer”.
Já Iduigues Martins propôs reuniões descentralizadas e online, em vez dos encontros no Cemforpe. “Vai causar menos transtorno na vida das pessoas”, argumentou.
Lothar descartou a ideia do petista, alegando que muita gente não tem acesso a internet. “Além disso, pessoalmente, os inscritos podem tirar dúvidas ao término das reuniões”, respondeu. Ele ficou de estudar a sugestão apresentada pelo vereador Zé Luiz.
O presidente da Câmara de Mogi das Cruzes, vereador Francimário Vieira, o Farofa (PL), informou que vai acionar representantes da Caixa Econômica Federal (CEF) para esclarecer pontos do programa mais a fundo. Isso porque, segundo informações do presidente da Câmara, os projetos estariam apenas em trâmite junto ao banco, porém sem aprovação ainda. “Pelo que eu soube, não tem nenhum projeto completamente aprovado pela Caixa. Conversei com o superintendente da Caixa sobre isso. No entanto, é preciso aprofundar mais esse debate. Nesse sentido, vamos fazer uma reunião com a Caixa, com a Câmara, com a Secretaria Municipal de Habitação Social e com a Secretaria Municipal de Planejamento e Gestão Estratégica para esclarecer todas as dúvidas de uma só vez”, disse Farofa.
A reunião desta quarta-feira contou, ainda, com a presença dos vereadores Inês Paz (PSOL), Policial Maurino (Podemos), Marcos Furlan (Pode), Mauro de Assis Margarido (PSDB), Pedro Komura (PSDB) e Edinho (MDB).
Fonte: Notícia de Mogi