Milhares de pessoas foram às ruas em várias cidades do México no dia 16 de novembro de 2025 para protestar contra a violência, a corrupção e as políticas de segurança do governo da presidente Claudia Sheinbaum. A mobilização, liderada principalmente por jovens da Geração Z, ganhou força após o assassinato do prefeito de Uruapan, Carlos Manzo, no início do mês, fato que acentuou a insatisfação com o avanço do crime organizado e a falta de respostas efetivas do Estado. Durante o ato, manifestantes denunciaram a escalada da violência no país e divulgaram uma carta de reivindicações que inclui fortalecimento de instituições independentes, mais transparência no uso de recursos públicos, reformas judiciais, participação direta da população em decisões políticas, políticas de moradia, combate à gentrificação e ampliação de oportunidades de emprego para jovens. Os participantes enfatizaram que o movimento não é partidário e que o “esgotamento” diante da situação atual é real. Em meio às marchas, símbolos da cultura pop, como bandeiras pirata inspiradas em One Piece, foram utilizados como representação de resistência e crítica à corrupção.
Confrontos e feridos durante a marcha
A manifestação começou de maneira pacífica, especialmente na região do Anjo da Independência, na Cidade do México, mas houve confrontos quando parte dos manifestantes rompeu barreiras instaladas próximas ao Palácio Nacional. A polícia respondeu com gás lacrimogêneo e registrou-se um grande número de feridos. As autoridades informaram que cerca de 100 policiais ficaram feridos, incluindo 40 que precisaram de atendimento hospitalar, enquanto aproximadamente 20 manifestantes também sofreram ferimentos. Houve ainda 20 detenções por crimes como lesões e roubo, e um jornalista do jornal La Jornada foi agredido durante os tumultos.
Reações do governo e clima político
A presidente Claudia Sheinbaum condenou os atos de violência e sugeriu que parte das manifestações poderia estar sendo influenciada por grupos opositores, inclusive com possível atuação externa. Manifestantes, no entanto, rejeitaram essa interpretação, afirmando que a mobilização nasceu de forma espontânea e reflete a indignação da juventude diante da insegurança e da impunidade. Para analistas e participantes, o protesto simboliza a crescente frustração dos jovens mexicanos com problemas estruturais do país e evidencia a busca por mudanças profundas e maior participação política em um dos momentos mais tensos da recente história mexicana.




