Além da CPTM, petista se opõe agora ao processo de concessão da Sabesp

            Depois de se manifestar contrário a perspectiva de privatização da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), desta vez, o vereador Claudio Ramos Moreira (PT) se opõe ao processo de viabilidade de concessão da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) à iniciativa privada. Para tanto, o petista apresentou uma moção de apoio à permanência de empresa pública e sobre o controle acionário do governo estadual.

            O documento com o objetivo de sensibilizar o governador paulista, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) acerca da ideia de privatizar a Sabesp foi lido na penúltima sessão ordinária deste primeiro semestre nesta terça-feira, dia 20. Com isso, o texto poderá ser votado em única discussão na próxima terça-feira, dia 27, a partir das 9h. Para Claudio Ramos, a concessão da Sabesp para o setor privado não faz o menor sentido, já que trata-se de uma concessionária rentável e especialista no assunto.

            Fundada, em 1973, na realidade, a Sabesp tem, portanto, muita experiência no tratamento e na distribuição de água potável para mais de 30 milhões de pessoas em 375 cidades paulistas. Na prática, a empresa de economia mista, ou seja, o Estado de São Paulo possui 50,3% do controle acionário e o restante é negociado nas bolsas de valores de São Paulo e de Nova Iorque, nos Estados Unidos é considerada a maior das Américas em saneamento básico.

            Somente de 2013 a 2022, a Sabesp investiu no Estado de São Paulo mais de R$41 bilhões, o que representa cerca de 1/3 da aplicação em saneamento básico no país. No período, a empresa lucrou R$21,5 bilhões. Em contrapartida, de 2023 a 2027, a companhia pretende desembolsar aproximadamente R$26,2 bilhões, sendo R$17,3 bilhões em sistemas de esgoto e R$48,9 bilhões em água. “Hoje, 309 municípios paulistas já têm abastecimento de água e esgoto universalizado e o restante até 2030”, diz.

Prejuízo

Ainda, na opinião dos especialistas em recursos hídricos, o possível processo de privatização da Sabesp poderá afetar, sobretudo, os investimentos em cidades com até 50 mil habitantes. Recentemente, um grupo discutiu o tema em Salesópolis. Por isso, Claudio Ramos afirmou que também planeja realizar encontro semelhante em Ferraz de Vasconcelos em breve. De acordo com o Palácio dos Bandeirantes, os estudos de viabilidade de concessão da Sabesp poderão ser concluídos dentro de 14 meses.

Por Pedro Ferreira, em 20/06/2023.