Ex-bombeiro Suel atuou na ‘vigilância’ e no ‘acompanhamento’ de Marielle Franco, afirma diretor da PF

Nesta segunda-feira (24), o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, revelou que o ex-bombeiro Maxwell Corrêa, conhecido como Suel, desempenhava atividades de “vigilância” e “acompanhamento” da vereadora Marielle Franco, que foi tragicamente assassinada em 2018. Em uma coletiva de imprensa realizada no Ministério da Justiça, ao lado do ministro Flávio Dino, Rodrigues respondeu a questionamentos sobre o envolvimento de Suel no crime, lembrando que ele já havia sido condenado anteriormente por obstruir as investigações.

“Andrei Rodrigues adiantou que Suel teve participação em ações de vigilância e acompanhamento da ex-vereadora, além de fornecer apoio logístico a outros membros dessa cadeia criminosa. Seu papel foi significativo em todo o contexto, tanto antes como depois do crime”, afirmou o diretor-geral da Polícia Federal. Nessa mesma segunda-feira, Maxwell Corrêa foi preso pelas autoridades competentes.

Conforme as informações apuradas, constatou-se que Suel foi responsável por ceder o veículo utilizado pelos criminosos para esconder as armas utilizadas no assassinato.

Além disso, o diretor-geral da Polícia Federal anunciou que a superintendência do Rio de Janeiro fornecerá mais detalhes sobre a investigação ainda nesta segunda-feira.

Na entrevista, o ministro Flávio Dino revelou que a prisão de Suel foi possível graças à delação premiada prestada pelo ex-policial militar do Rio de Janeiro, Élcio de Queiroz, acusado de envolvimento na execução do crime. De acordo com o ministro, foi Queiroz quem apontou a “atuação decisiva” do ex-bombeiro nos assassinatos.

Além disso, Flávio Dino informou que, durante a delação, Élcio de Queiroz confessou sua participação no crime e também confirmou a envolvimento do PM reformado Ronnie Lessa.

De acordo com as investigações, foi constatado que Élcio era o motorista do carro que perseguiu Marielle Franco, enquanto Ronnie Lessa estava no interior do veículo e foi o responsável pelos disparos contra as vítimas.

Flávio Dino afirmou: “As provas coletadas e reanalisadas pela Polícia Federal desde fevereiro confirmaram de maneira inquestionável a participação do senhor Élcio e do senhor Ronnie, o que levou à delação de Élcio.”

O ministro também ressaltou que, sem dúvida alguma, houve a participação de mais pessoas nos assassinatos. Com a prisão de Maxwell, a investigação sobre a execução dos crimes é considerada encerrada. No entanto, as apurações continuam no que diz respeito aos mandantes.

“A partir deste ponto, as instituições envolvidas possuem os elementos necessários para dar continuidade às investigações. Não se pode afirmar, de modo algum, que a investigação esteja encerrada; pelo contrário, o que ocorre é uma evolução do processo investigativo”, acrescentou o ministro.

“Há aspectos que ainda estão sendo investigados e mantidos em segredo de Justiça. É certo que nas próximas semanas, provavelmente, ocorrerão novas operações decorrentes deste conjunto de provas coletadas hoje [segunda-feira]”, informou o ministro.