O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial do país, apresentou um aumento de 0,31% nos preços em janeiro, conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Houve uma leve desaceleração de 0,09 ponto percentual em comparação com o mês anterior, quando registrou alta de 0,40% em dezembro de 2023. Em janeiro de 2023, o IPCA-15 foi de 0,55%.
O acumulado em 12 meses atingiu 4,47%. Embora o índice de janeiro tenha ficado abaixo da expectativa do mercado, que esperava uma alta de 0,47%, os números dos núcleos de inflação chamaram a atenção dos especialistas.
Dos nove grupos pesquisados pelo IBGE, sete apresentaram alta em janeiro, sendo o grupo de Alimentação e Bebidas o destaque absoluto, com aumento de 1,53% no mês. O subgrupo Alimentação no domicílio teve uma alta expressiva de 2,04%, com destaque para itens como batata-inglesa, tomate, arroz, frutas e carnes.
Por outro lado, o grupo Transportes registrou deflação em janeiro, com queda de 1,13%, influenciado pelo alívio nos preços das passagens aéreas e dos combustíveis. Passagens aéreas tiveram o maior impacto deflacionário, com uma redução de 15,24%.
A análise dos núcleos de inflação revelou resultados mistos, com a média dos cinco núcleos do Banco Central em 0,33%, um pouco abaixo das expectativas. O segmento de Serviços Subjacentes, utilizado para balizar a taxa básica de juros, apresentou uma alta de 0,68%, indicando um ponto de atenção para o IPCA de janeiro.
Ainda que o resultado geral do IPCA-15 tenha sido baixo, os especialistas destacam o risco no setor de serviços e observam que é cedo para falar de uma reversão de tendência no ciclo de quedas de juros. A expectativa para a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) é um novo corte de 0,5 ponto percentual na Selic, levando a taxa básica de juros a 11,25% ao ano.
Texto por: Redação