Lula defende que votos no STF sejam feitos em sigilo para combater “animosidade”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, expressou sua opinião nesta terça-feira (5) sobre a divulgação pública da posição individual dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e seus votos, sugerindo que tal divulgação deveria ser evitada para prevenir a “animosidade” contra as instituições.

Ele enfatizou a importância de o país respeitar as instituições e afirmou que não é dever do presidente da República gostar ou não de uma decisão do Supremo Tribunal. Segundo ele, o papel da Suprema Corte é tomar decisões, e cabe ao governo cumpri-las.

“Eu, aliás, se eu pudesse dar um conselho, é o seguinte: a sociedade não tem que saber como é que vota um ministro da Suprema Corte. Sabe, eu acho que o cara tem que votar e ninguém precisa saber. Votou a maioria 5 a 4, 6 a 4, 3 a 2. Não precisa ninguém saber foi o Uchôa que votou, foi o Camilo que votou. Aí cada um que perde fica com raiva, cada um que ganha fica feliz”, afirmou.

É importante notar que Lula não defendeu explicitamente a votação secreta ou a interrupção das transmissões das sessões pelo canal de TV Justiça. Ele não explicou como um possível novo modelo seria implementado para que a sociedade não tivesse acesso aos votos individuais dos magistrados.

Nos últimos tempos, o ministro do STF, Cristiano Zanin, enfrentou pressões nas redes sociais devido a supostos votos conservadores em questões como a descriminalização da maconha e a punição da LGBTQIA+fobia. Zanin foi nomeado por Lula em junho e assumiu seu cargo no STF em agosto. Além disso, em setembro, outra vaga no Supremo ficará disponível devido à aposentadoria da ministra Rosa Weber. O presidente tem sido instado a nomear uma mulher negra para a vaga, mas ainda não anunciou sua decisão.