Uma reportagem do jornal O Globo revelou que o senador afastado Marcos do Val, que é alvo de uma investigação da Polícia Federal por tentar atrapalhar as apurações, enviou mensagens a um grupo no WhatsApp sobre um suposto plano de golpe que envolveria o ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-deputado Daniel Silveira.
Segundo o jornal, as conversas foram extraídas do celular de Do Val pela PF e mostram que ele se referia a uma reunião que teria tido com Bolsonaro e Silveira para discutir uma forma de impedir a posse do presidente Lula, caso ele vencesse as eleições de 2022.
Nas mensagens, Do Val afirmava que estava “com a bomba na mão para destruir Bolsonaro e outra para destruir Lula“. Ele também disse que tinha provas de que Bolsonaro estava envolvido em um esquema de corrupção com a compra de vacinas.
O senador afastado já mudou várias vezes sua versão sobre o suposto plano de golpe e negou ter participado de qualquer conspiração contra a democracia. Ele também disse que as mensagens foram tiradas de contexto e que ele estava apenas brincando com seus amigos.
Do Val afirmou em uma mensagem de áudio que tem o poder de influenciar o destino de dois presidentes. A gravação foi encontrada no celular do parlamentar, que é alvo de um inquérito da Polícia Federal por suposta participação em atos antidemocráticos.
Segundo fontes ouvidas pelo blog, essas informações estão num primeiro relatório de análise do celular que Marcos do Val entregou voluntariamente à Polícia Federal.
Em junho, uma operação da PF apreendeu outros aparelhos telefônicos, pendrives e computadores em endereços ligados a Do Val em Brasília e no Espírito Santo. O conteúdo desses dispositivos ainda não foi divulgado. Marcos do Val é investigado por obstruir investigações sobre os atos golpistas do 8 de janeiro. Postagens do senador em redes sociais basearam a operação de junho.
Em fevereiro deste ano, do Val acusou o ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-deputado Daniel Silveira de organizarem uma reunião, no fim do ano, para propor o envolvimento do senador em um plano de golpe de Estado.
O senador afastado, no entanto, divulgou desde então múltiplas versões sobre o caso, com várias contradições.
Entre os crimes em que ele pode ser enquadrado, segundo as investigações, está o de divulgar informações sigilosas que podem causar prejuízo a outras pessoas.