Polícia Federal apreende celular de Jair Bolsonaro em investigação sobre fraude em cartão de vacinação

Segundo investigação recente da Polícia Federal, a chefe do posto de vacinação de Duque de Caxias, Claudia Helena da Costa Rodrigues, retirou informações sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro, sua filha Laura, o tenente-coronel Mauro Cid e dois ex-presidentes familiares do assessor presidencial do sistema do Ministério da Saúde. A investigação também revelou que os dados foram inicialmente inseridos para validar a elegibilidade da vacina para viagens ao exterior, mas foram removidos logo depois para ocultá-los do sistema.

Nesta quarta-feira (3), a Polícia Federal apreendeu o celular do ex-presidente. O dispositivo foi recolhido como parte do mandado de busca e apreensão na residência de Bolsonaro, em Brasília, em uma operação autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

Claudia Helena foi questionada também na quarta-feira, 3 de maio, sobre a operação em andamento que investiga a inclusão de dados falsos de vacinação no sistema do ministério. Segundo a polícia, os dados foram inseridos para facilitar viagens ao exterior, mas o registro foi ocultado do sistema ao removê-lo.

Duque de Caxias, localizada na Baixada Fluminense, é uma das cidades do estado que acelerou as primeiras fases do processo de vacinação contra a COVID-19 por não seguir a ordem de prioridade sugerida pelo Ministério da Saúde. O ex-prefeito da cidade, Washington Reis (MDB), era um grande aliado do ex-presidente. Na operação desta quarta-feira, o secretário de governo de Caxias, João Carlos Brecha, foi preso.

O irmão do ex-prefeito, o deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ), também foi alvo da operação policial. Um mandado de busca e apreensão foi cumprido na residência do parlamentar no Rio de Janeiro, mas ele estava em Brasília na época. Os advogados da cidade se recusaram a comentar, e o advogado de Claudia Helena, Gildo Junior, também se recusou a comentar, já que o caso está sob sigilo.

Gutemberg Reis divulgou um comunicado dizendo que cooperou com a polícia e está aprendendo os detalhes da investigação. Ele acrescentou que recebeu todas as doses da vacina, incentivou a vacinação por meio das redes sociais e disponibilizou o cartão de vacinação.