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Ângela Diniz: o crime que chocou o país ganha nova releitura em série

Produção revive a história da socialite mineira morta em 1976 e discute o machismo por trás do casoMinissérie retrata os bastidores da vida, do assassinato e do julgamento que mudou a forma de se falar sobre feminicídio no Brasil. A HBO lança nesta quarta-feira (13) a minissérie Ângela Diniz: Assassinada e Condenada, que revisita a história real da socialite mineira assassinada em 1976 pelo companheiro Raul Fernando do Amaral Street, o Doca Street. A produção promete resgatar o debate sobre machismo, violência de gênero e a influência cultural do caso que mobilizou o país.

A mulher à frente de seu tempo


Foto: Ângela Diniz

Nascida em Belo Horizonte (MG), em 1944, Ângela Diniz tornou-se uma figura marcante na alta sociedade mineira por sua beleza, elegância e personalidade forte. Em uma época em que a liberdade feminina era vista com desconfiança, ela escolheu viver sob seus próprios termos, sendo uma mulher independente, separada e mãe. O comportamento livre e a vida social intensa despertaram admiração e críticas — e a transformaram em um símbolo de ousadia e modernidade nos anos 1970.


Foto atores Marjorie Estiano e Emilio Dantas

O crime que chocou o Brasil

Em 30 de dezembro de 1976, Ângela foi assassinada com quatro tiros por Doca Street, em uma casa de veraneio na Praia dos Ossos, em Búzios (RJ). O caso ganhou repercussão nacional e provocou indignação quando, em 1979, Doca foi condenado a apenas dois anos de prisão em regime semiaberto, sob a tese de “legítima defesa da honra”. A sentença deu origem à famosa campanha “Quem ama não mata”, liderada por movimentos feministas que denunciavam o machismo estrutural da Justiça brasileira.

A minissérie e o legado de Ângela

Dirigida por Andrucha Waddington, a nova minissérie da HBO é inspirada no podcast Praia dos Ossos, da Rádio Novelo, e traz Marjorie Estiano no papel de Ângela e Emílio Dantas interpretando Doca Street. A produção mostrará três fases da vida da protagonista: da ascensão social ao desfecho trágico que transformou sua história em símbolo de luta. Mais do que uma reconstituição do crime, a série busca refletir sobre o papel da mulher, a cultura patriarcal e a evolução das discussões sobre feminicídio no Brasil.

Legado

Quase 50 anos depois, Ângela Diniz continua sendo lembrada como um ícone de coragem e liberdade. Sua história, agora retratada na tela, segue inspirando novas gerações a lutar contra o silenciamento e pela igualdade de direitos.