A Biblioteca Mário de Andrade, no Centro de São Paulo, foi alvo de um roubo audacioso na manhã de domingo (7). Dois homens armados invadiram o prédio e fugiram levando oito gravuras de Henri Matisse e cinco gravuras de Candido Portinari, pertencentes a uma exposição realizada em parceria com o Museu de Arte Moderna (MAM). Os criminosos seguem foragidos.
Como ocorreu o roubo na Biblioteca Mário de Andrade
Segundo informações da Secretaria de Segurança, dois homens renderam uma vigilante e um casal de idosos que visitava a exposição. Os suspeitos subiram até a cúpula de vidro da biblioteca, onde retiraram quadros e documentos históricos, colocando o material em uma sacola de lona.
A dupla deixou o prédio pela saída principal, durante o horário de funcionamento. Vigilantes ainda tentaram acionar policiais que patrulhavam a região, mas não conseguiram localizar os ladrões.
Quais obras foram roubadas
De acordo com a Secretaria de Cultura, foram furtadas:
Gravuras de Henri Matisse
- Le Clown
- Le Cirque
- Monsieur Loyal
- Cauchemar de l’Éléphant Blanc
- Le Codomas
- La Nageuse dans l’Aquarium
- L’Avaleur de Sabres
- Le Cowboy
Gravuras de Candido Portinari
Cinco ilustrações da obra “Menino de Engenho”, expostas em parceria com o MAM.
A exposição estava em seu último dia.
Monitoramento registra fuga pelos arredores do Centro
Imagens do programa municipal de monitoramento Smart Sampa mostram os criminosos caminhando pelas ruas próximas à biblioteca carregando algumas gravuras. Também foi registrada a participação de uma van azul, utilizada para a fuga.
O sistema de reconhecimento facial identificou os dois suspeitos, que ainda não foram presos.



Quem são os artistas envolvidos
Henri Matisse
Pintor, gravurista e grande nome do modernismo europeu, Matisse é um dos líderes do Fauvismo, conhecido pelo uso de cores vibrantes e composições de forte impacto sensorial.
Candido Portinari
Um dos maiores artistas brasileiros da história, Portinari alcançou projeção internacional e produziu obras marcadas por temas sociais. Gravuras suas já foram alvo de furtos históricos, como o ocorrido no Masp em 2007.
Valor das obras ainda é desconhecido
A Biblioteca Mário de Andrade passa por perícia e, até o momento, não há estimativa oficialmente divulgada sobre o valor das peças roubadas. A Secretaria de Cultura informou que todas as obras estavam asseguradas, mas o valor da apólice é sigiloso.


O que dizem as autoridades
A Polícia Civil investiga o caso, registrado no 2º Distrito Policial. A apuração está com a 1ª Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas (Cerco).
A Secretaria de Cultura reforçou que o local possui equipe de vigilância, câmeras e seguro das obras, e que todas as informações já foram encaminhadas às autoridades.
Até a última atualização, nenhuma obra havia sido recuperada.
Importância da Biblioteca Mário de Andrade
Inaugurada em 1925 e mantida pela Prefeitura de São Paulo, a Biblioteca Mário de Andrade é a segunda maior do Brasil e a maior biblioteca pública da capital paulista. Em 2024, a instituição completou 100 anos e recebeu mais de 200 mil visitantes.
Histórico de roubos: este não foi o primeiro caso
Em 2006, a biblioteca foi alvo de outro crime: 12 gravuras raras do século XIX foram furtadas e só foram recuperadas em 2024, quase duas décadas depois. As peças pertenciam ao livro “Souvenirs de Rio de Janeiro”, do suíço Johann Jacob Steinmann.



