Durante a Operação Venire, que investiga a inserção de dados falsos em carteiras de vacinação contra a Covid-19, a Polícia Federal apreendeu US$ 35 mil (cerca de R$ 174 mil) em espécie, além de R$ 16 mil em um cofre na casa de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. Cid é investigado por lavagem de dinheiro.
Cid foi preso durante a operação, que também prendeu outras cinco pessoas, incluindo dois seguranças do ex-presidente. De acordo com o Fantástico, a PF está tentando seguir o rastro do dinheiro para descobrir sua origem. A investigação descobriu que Cid tem uma conta bancária em Miami, nos Estados Unidos, onde teria sacado os dólares em março deste ano.
A conta é mantida no BB Americas, subsidiária internacional do Banco do Brasil. Cid embarcou em Campinas, São Paulo, para Fort Lauderdale, na Flórida, em março, e voltou dois dias depois, um dia antes da volta de Bolsonaro ao Brasil. A PF está investigando se os valores foram declarados quando ele chegou ao país. Agora, a Polícia está buscando a quebra do sigilo da conta de Miami para verificar a movimentação financeira.
Em nota ao Fantástico, o Banco do Brasil afirmou que respeita integralmente a legislação e regulamentação bancária em todos os países onde atua e que todo indício de irregularidade em movimentação financeira é prontamente comunicado aos órgãos reguladores. O advogado de Cid, Rodrigo Roca, afirmou em entrevista à Globo News que o dinheiro “não veio de cueca ou de mala”, mas sim de trabalho, e que todo militar que faz uma missão no exterior tem uma conta bancária no Banco do Brasil em Miami.
Cid é investigado em outros três inquéritos da Polícia Federal, incluindo o das joias sauditas apreendidas no Aeroporto Internacional de Guarulhos.