As Americanas têm agendada para esta terça-feira (19) a realização de sua assembleia geral de credores, durante a qual se espera a aprovação do plano de recuperação judicial, conforme anunciado em comunicado relevante. O suporte recente de entidades como BTG Pactual Asset Management, Oliveira Trust e Banco Safra solidifica a base de apoio ao plano, vital para a empresa.
O plano de reestruturação almeja a infusão substancial de R$ 12 bilhões no capital da companhia, provenientes dos três principais acionistas, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira. Contudo, essa capitalização resultará em uma diluição do valor das ações existentes, desafiando a avaliação real da empresa, conforme destacado por José Eduardo Daronco, analista da Suno Research.
A imperatividade da aprovação do plano é enfatizada por especialistas financeiros, que afirmam que a empresa enfrentaria dificuldades significativas sem esse aporte, contribuindo essencialmente para o fortalecimento do caixa da Americanas, segundo Virgilio Lage, especialista da Valor Investimentos.
Com mais de 50% dos credores da companhia agora apoiando o plano, incluindo instituições como Bradesco, Itaú Unibanco, Santander Brasil, BTG Pactual, BV e Daycoval, a probabilidade de sua aprovação aumenta. As Americanas afirmaram seu compromisso de manter os acionistas e o mercado informados sobre novas adesões ao plano e assuntos correlatos.
A adesão do Banco Safra, anteriormente resistente, marca uma reviravolta em sua postura. Apesar de questionar inicialmente o plano e buscar a anulação da assembleia judicial, o banco teve seu pedido indeferido pela justiça. O Safra, que alegava a insignificância do aporte proposto em relação aos seus ativos, agora contribui para o impulso do plano.
O histórico da empresa inclui uma fraude contábil bilionária, revelada há um ano, totalizando R$ 25,2 bilhões. Esta fraude envolveu verbas de propaganda cooperada, operações financeiras de risco sacado e ajustes nas demonstrações financeiras de 2021, resultando em prejuízo ao invés de lucro.
A Americanas busca não apenas a sobrevivência imediata, mas também delineia uma visão de longo prazo com projeções para 2025, visando gerar caixa, alcançar um Ebitda de mais de R$ 2,2 bilhões e reduzir sua dívida financeira bruta para uma faixa entre R$ 1 bilhão e R$ 1,5 bilhão, enquanto foca na renovação das lojas físicas e na otimização dos custos operacionais.
Texto por: Redação