Conflito entre Haddad e Lira altera prioridades legislativas em Brasília

No contexto das negociações em Brasília, nesta quarta-feira, Fernando Haddad acabou tocando em um ponto sensível para Arthur Lira. O presidente da Câmara, incomodado com a situação, retaliou colocando as prioridades do ministro da Fazenda no final da lista de votações da semana.

Era entendido entre o governo e a Câmara que a reforma tributária seria a última a ser votada durante os esforços legislativos da semana. Antes disso, seriam discutidas e votadas duas prioridades da Fazenda: o projeto relacionado ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), que devolve à União a decisão final em casos de empate nos julgamentos de disputas tributárias, e a proposta da nova regra fiscal.

Haddad realizou uma reunião com membros da bancada ruralista para realizar ajustes no texto relacionado ao Carf. O Ministério da Fazenda estima que, ao recuperar o poder de voto de desempate no conselho, será possível aumentar a arrecadação federal em R$ 50 bilhões para o ano de 2024.

Em meio a discussões e especulações, Haddad sugeriu que as alterações no sistema de cobrança de impostos poderiam ser adiadas para depois do recesso parlamentar, em agosto. Ele ressaltou a importância de destravar o Carf.

Essas palavras chegaram aos ouvidos de Lira, que agendou o início da votação da reforma tributária para esta quinta-feira, colocando a prioridade de Haddad no final da lista. De forma irônica, a reação de Lira foi facilitada por Haddad, que, em outra conversa, conseguiu dissipar as últimas resistências do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, em relação à reforma tributária.

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