Paulo Solmucci Júnior, presidente da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), avalia que “ficou claro que a população não vai abrir mão da possibilidade de fazer compras parceladas sem juros“. Em comunicado, ele destaca que a conquista da marca de um milhão de assinaturas e a manutenção dessa modalidade são vitórias significativas para os brasileiros.
O movimento ressalta que o parcelamento é a forma preferida de comprar e vender no Brasil, concluído por meio de estudos técnicos, avaliação no Congresso, pesquisas com os consumidores e intenso debate público, conforme mencionado pela entidade.
O “Parcelo Sim!” defende que a existência dessa modalidade é uma questão de “justiça financeira”. Restringi-la poderia prejudicar a retomada econômica do país e impactar negativamente o consumo das famílias, especialmente as de classes mais baixas.
A iniciativa é vista como um suporte ao consumidor em momentos de necessidade, como despesas inesperadas, destacando situações como a casa atingida por enchentes, roubo de celulares (importantes para o trabalho) e falhas em equipamentos, como o ar-condicionado de restaurantes, entre outras circunstâncias, conforme afirmado pelo “Parcelo Sim!” em nota.
Henrique Lian, presidente de Relações Institucionais e Mídia da Proteste, explica que o parcelamento sem juros é essencial também para os empreendedores. Ele ressalta que não faria sentido alterar as regras apenas para agradar aos grandes bancos, enfatizando a importância do parcelamento sem juros tanto para quem compra quanto para quem vende.
A discussão sobre a possibilidade de limitar o parcelamento em nove, seis ou até mesmo três vezes gerou um embate entre grandes bancos e associações representativas de diversos setores da economia. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, propôs essa limitação no ano passado, como parte do Desenrola — um projeto de lei que estabeleceu um prazo de 90 dias para que as instituições propusessem um novo modelo para a modalidade de crédito rotativo. Caso não o fizessem, passaria a vigorar o teto de 100% da dívida.
Embora a limitação tenha sido defendida pelos grandes bancos, a proposta não avançou, e desde janeiro, a nova regra do teto de 100% para o rotativo está em vigor.
Texto por: Redação