O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou nesta terça-feira (25) que o ex-presidente Jair Bolsonaro enfrentou mais um episódio de soluços durante a madrugada, enquanto permanece detido na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília. A prisão foi decretada no último sábado (22) após a PF apontar violação da tornozeleira eletrônica e risco de fuga.
Flávio recebeu autorização do ministro Alexandre de Moraes para visitar o pai e falou com a imprensa ao deixar o prédio. Segundo ele, Bolsonaro continua abalado com a detenção e apresenta episódios de confusão mental relacionados ao uso de medicamentos.
“Ele é um homem de 70 anos. Fica sozinho ali naquela sala. A Michelle contou que, em casa, é ela quem cuida das crises de soluço, que acorda para verificar se ele está bem. Ele teve outra crise entre ontem e hoje”, disse o senador.
O parlamentar relatou que a situação foi amenizada após um policial federal oferecer o medicamento indicado. Flávio também voltou a defender que Bolsonaro retorne ao regime de prisão domiciliar.
Atendimento e rotina na PF
De acordo com Flávio, Bolsonaro afirmou estar recebendo atendimento adequado dentro da unidade. O médico responsável pela prescrição teria deixado instruções e medicamentos separados para evitar erros na dosagem.
O senador acrescentou que o ex-presidente está se alimentando com refeições levadas diariamente por Michelle Bolsonaro, e comentou que a família tem preocupação sobre a procedência de alimentos fornecidos externamente.
Visitas autorizadas
A decisão judicial que liberou as visitas determinou que cada filho só poderia permanecer com o ex-presidente por até 30 minutos, entre 9h e 11h, em horários distintos. Flávio chegou à PF por volta das 9h18, seguido por Carlos Bolsonaro, que também visitou o pai.
Outro filho, Jair Renan, deve visitar o ex-presidente na quinta-feira (27), dentro das mesmas condições impostas por Moraes.
Bolsonaro está acomodado em uma sala especial destinada a autoridades, como prevê a legislação.
Risco de fuga e protocolo médico
Ao determinar a prisão preventiva, o STF acolheu as informações da Polícia Federal de que Bolsonaro teria tentado desviar o funcionamento da tornozeleira eletrônica e que a convocação de apoiadores por Flávio Bolsonaro poderia dificultar fiscalizações.
O ministro Alexandre de Moraes também reforçou as orientações repassadas pela PF:
- em caso de emergência, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) deve ser acionado;
- a médica responsável pela prescrição acompanha o quadro clínico;
- a equipe designada tem acesso garantido ao ex-presidente para qualquer necessidade.
Bolsonaro segue preso preventivamente por violação de medidas cautelares e pelo risco de fuga apontado durante as investigações.




