Reestruturação prevê modernização, venda de ativos e programa de desligamento voluntário para reduzir gastos após série de prejuízos
Os Correios anunciaram a aprovação de um plano robusto para enfrentar a crise que já dura três anos consecutivos de prejuízos. A estratégia, validada pelos conselhos da estatal, envolve cortes de despesas, modernização das operações e captação de recursos para garantir a recuperação financeira da empresa.
Entre as medidas centrais está a implementação de um programa de desligamento voluntário, criado para reduzir custos com a folha de pagamento e diminuir despesas relacionadas a benefícios, especialmente planos de saúde — uma das áreas que mais pressiona o orçamento atual. A iniciativa deve ser colocada em prática nos próximos meses e faz parte do esforço para tornar a estrutura da empresa mais leve e eficiente.
A reestruturação também prevê o fechamento de até mil agências consideradas deficitárias, a modernização da infraestrutura tecnológica, ajustes na operação logística e a venda de imóveis e outros ativos que podem gerar cerca de R$ 1,5 bilhão em receitas extras.
Para viabilizar o conjunto de ações, os Correios esperam concluir, até o fim de novembro, uma operação de crédito de R$ 20 bilhões com um consórcio de bancos — recurso considerado fundamental para estabilizar o caixa e financiar a modernização.
Apesar dos cortes e da reorganização, a estatal afirma que manterá seu compromisso com a universalização do serviço postal, enfatizando que é o único operador capaz de atender todos os municípios brasileiros, incluindo áreas remotas, em atividades essenciais como entrega de livros didáticos, materiais eleitorais e ações humanitárias.
Com prejuízo de R$ 4,5 bilhões apenas no primeiro semestre de 2025, a expectativa é que o plano permita reduzir as perdas a partir de 2026 e retomar o lucro em 2027. Especialistas, no entanto, alertam para riscos relacionados à dependência de crédito, ao ambiente econômico instável e à concorrência crescente no setor logístico.




