A Polícia Civil de Santa Catarina reuniu imagens e depoimentos que auxiliaram na identificação do homem acusado de matar Catarina Kasten, de 31 anos, em uma área de mata na trilha do Matadeiro, no sul de Florianópolis. Entre as evidências analisadas pelos investigadores estão fotos feitas por duas turistas, que registraram um homem observando a vegetação pouco antes do crime.
As imagens, entregues às autoridades, foram fundamentais para confirmar que se tratava de Giovane Corrêa Mayer, apontado como autor do homicídio. Ele foi detido ainda na manhã de sexta-feira (21), confessou o crime e teve a prisão transformada em preventiva.
Vítima desapareceu a caminho de aula
Catarina morava na região e saiu de casa no início da manhã para participar de uma aula de natação. Minutos depois, um vídeo registrou o suspeito correndo pela faixa de areia na mesma área onde ela havia passado.
Quando o desaparecimento foi percebido, o companheiro da jovem acionou a Polícia Militar. A partir daí, começou uma busca que incluiu depoimentos de moradores e análise de câmeras de segurança próximas da trilha.
Confissão e laudo confirmam violência
Ao ser levado para a delegacia, Giovane admitiu ter atacado Catarina, afirmando que a matou por asfixia utilizando um cadarço. Também relatou ter cometido violência sexual.
O laudo da Polícia Científica, concluído na segunda-feira (24), confirmou que a causa da morte foi estrangulamento, além de apontar evidências de agressão sexual.
A trilha do Matadeiro é uma das mais conhecidas da capital catarinense, atravessando uma extensa área preservada de Mata Atlântica.
Quem era Catarina
Catarina era estudante de pós-graduação em Estudos Linguísticos e Literários na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Formada em Letras — Inglês, também havia cursado parte da graduação em Engenharia de Produção e era conhecida por colegas e professores como dedicada e apaixonada pela área acadêmica. Amigos afirmam que ela planejava seguir para o doutorado.
A universidade emitiu nota lamentando a morte e repudiando a violência, além de destacar a contribuição da jovem para a comunidade acadêmica. No sábado, um ato público reuniu moradores, estudantes e docentes próximos à trilha para homenagear Catarina e cobrar mais segurança para mulheres na cidade.
O que diz a defesa do suspeito
Giovane Corrêa Mayer, natural de Viamão (RS), mora em Florianópolis desde 2019 e costumava circular pela trilha, segundo a Polícia Militar. No dia do crime, afirmou que retornava de uma festa na qual ingeriu bebida alcoólica.
A Defensoria Pública assumiu a defesa e declarou, em nota, que presta atendimento jurídico a qualquer pessoa sem advogado, incluindo acusados de crimes e vítimas de violência, garantindo o respeito às garantias constitucionais durante o processo.
Investigação continua
A Polícia Civil segue reunindo provas e testemunhos. A prisão preventiva de Giovane permanece válida enquanto o inquérito se desenvolve, e novas perícias devem complementar o caso nos próximos dias.




