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Justiça da Argentina autoriza extradição de brasileiros condenados pelos atos de 8 de Janeiro

Decisão atende a pedido do ministro do STF Alexandre de Moraes; defesa dos foragidos pode recorrer, mas eles permanecem presos. Caso ainda dependerá de aval do presidente argentino.

A Justiça da Argentina decidiu pela extradição dos cinco brasileiros condenados pelos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023 que fugiram para o país vizinho. A decisão foi tomada pelo juiz Daniel Eduardo Rafecas, do Tribunal Criminal nº 3 de Buenos Aires, responsável pelo processo.

Os condenados poderão recorrer, mas seguirão presos enquanto a Suprema Corte analisa os recursos — etapa que não tem prazo determinado para conclusão.


Decisão ainda dependerá do presidente da Argentina

Como os fugitivos solicitaram refúgio político, a extradição só será finalizada após análise do presidente argentino. Isso significa que, mesmo depois de toda a tramitação judicial, o processo pode levar anos e até ser decidido por um futuro sucessor de Javier Milei.


Quem são os brasileiros que terão extradição autorizada

O processo envolve cinco cidadãos brasileiros:

  1. Rodrigo de Freitas Moro Ramalho
  2. Joelton Gusmão de Oliveira
  3. Joel Borges Correia
  4. Wellington Luiz Firmino
  5. Ana Paula de Souza

Eles fazem parte dos 61 brasileiros condenados pelos atos de 8 de janeiro que fugiram para a Argentina. No final de 2024, a Justiça argentina determinou a prisão de todos após um pedido formal do governo brasileiro. O Itamaraty havia recebido uma lista com mais de 180 foragidos espalhados entre Argentina, Paraguai e Uruguai.


Fuga foi tentativa de driblar ordens do STF

Investigações da Polícia Federal apontam que diversos investigados atravessaram a fronteira para pedir refúgio, numa tentativa de escapar das ordens de prisão emitidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Em entrevista à GloboNews, o juiz Rafecas afirmou que todos os foragidos seriam submetidos a julgamentos individuais de extradição. Já o porta-voz argentino, Manuel Adorni, declarou em 2024 que não existem “pactos de impunidade” e que o país respeitaria as decisões da Justiça brasileira. O presidente Javier Milei mantém aliança política com o ex-presidente Jair Bolsonaro, investigado no mesmo inquérito.


Pedido de extradição foi feito por Alexandre de Moraes

O ministro Alexandre de Moraes, relator das ações penais sobre os atos golpistas no STF, havia determinado a extradição dos foragidos ainda no ano passado. A decisão da Justiça argentina representa um avanço na cooperação entre os países para a responsabilização dos envolvidos nos ataques.


Próximos passos

A partir de agora, o caso seguirá para possíveis recursos e, posteriormente, análise do presidente da Argentina. Enquanto isso, os brasileiros permanecerão presos em território argentino. O desfecho final pode levar anos até ser concluído.