Na tarde de sábado (29), um incêndio destruiu uma casa na ocupação Movimento Urbano dos Trabalhadores Sem-Teto (MUST), na comunidade Icauã, no bairro Caxangá, zona oeste do Recife. O fogo provocou a morte de uma mulher e de seus quatro filhos.
As vítimas foram identificadas como Isabely Gomes de Macedo, de 40 anos, e as crianças Aline Gomes de Macedo, de sete anos; Adriel Gomes de Macedo, de quatro anos; Aguinaldo Gomes de Macedo, de três; e Ariel Gomes de Macedo, de um ano.
Suspeita de crime: marido detido em flagrante
Segundo a Polícia Militar de Pernambuco (PMPE), o companheiro da vítima, conhecido como “Guel”, foi preso em flagrante sob suspeita de iniciar o fogo após agredir a mulher. Ele foi detido ainda no sábado, após moradores tentarem linchá-lo.
Equipes do Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco atuaram no combate ao incêndio com três viaturas de combate, uma de salvamento e uma de resgate, totalizando 26 militares. As chamas foram controladas ainda durante a tarde.

Danos à comunidade e apoio às famílias
O incêndio atingiu cerca de 20 das aproximadamente 30 moradias da ocupação, segundo a Defesa Civil do Recife. Após o controle do fogo, estruturas que estavam comprometidas foram demolidas para evitar riscos aos moradores.
A Prefeitura do Recife informou que prestou assistência às famílias afetadas, com oferecimento de acolhimento emergencial, cestas básicas, colchões, kits de higiene, água e apoio para emissão de documentos perdidos. Também foi disponibilizado auxílio-funeral.
Investigação em andamento
O caso foi registrado no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que conduz a investigação. A Polícia Científica deve realizar perícia para esclarecer a dinâmica do incêndio, incluindo a confirmação sobre a possibilidade de que o fogo tenha sido provocado.
Relatos de vizinhos apontam histórico de violência
Moradores da comunidade afirmaram que Isabely sofria agressões frequentes do companheiro, especialmente quando ele consumia bebida alcoólica. Vizinhos relataram brigas constantes e disseram que o comportamento agressivo do suspeito era conhecido na região.
Segundo os relatos, a rotina da vítima era dedicada aos filhos — ela levava as crianças à creche pela manhã e retornava à tarde para casa. Os moradores afirmaram que discussões e episódios de violência eram comuns na residência do casal.




