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Presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar, é preso pela PF por suspeita de vazar operação contra TH Joias

O presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar, foi preso pela Polícia Federal na manhã desta quarta-feira (03) durante a Operação Unha e Carne, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A prisão preventiva faz parte de uma investigação que apura o suposto vazamento de informações sobre a Operação Zargun, deflagrada em setembro e que mirou o então deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH Joias.

Suspeita de vazamento

Segundo a PF, Bacellar é investigado por alertar TH Joias e aliados sobre ações que seriam realizadas na operação policial. De acordo com os investigadores, o aviso antecipado teria comprometido a coleta de provas e dificultado o avanço das apurações que buscavam desarticular uma rede ligada ao Comando Vermelho e ao tráfico internacional de armas.

A investigação aponta que Bacellar e TH Joias mantinham forte proximidade, descrita por agentes como uma relação de “unha e carne”. Essa ligação teria facilitado, segundo suspeitas, o suposto repasse de informações sigilosas.


Na imagem Thiego Santos (TH Joias) e Rodrigo Bacellar (reproduão: Instagram @deputadothiegosantos)

Desdobramentos da operação

Além da prisão de Bacellar, a PF cumpriu oito mandados de busca e apreensão e um mandado de medidas cautelares contra outros investigados. As apreensões visam obter documentos, aparelhos e registros que possam comprovar se houve interferência política para obstruir a operação anterior.

A prisão do presidente da Alerj ocorre no contexto de uma ofensiva mais ampla contra o crime organizado no Rio de Janeiro, conduzida sob supervisão do STF e fortalecida após decisões que robusteceram o combate a facções e possíveis conexões com agentes públicos.

Operação Zargun e o caso TH Joias

A operação que trouxe Bacellar ao centro das investigações foi desencadeada em setembro e prendeu TH Joias sob acusações de tráfico internacional de armas, lavagem de dinheiro, corrupção e ligação direta com o Comando Vermelho. Agentes afirmam que o suposto vazamento prejudicou etapas fundamentais da operação, permitindo que integrantes da organização criminosa tivessem tempo para ocultar documentos e se esquivar da ação policial.

Impacto político

A prisão do presidente da Alerj repercute fortemente no cenário político fluminense. Em meio ao avanço das investigações, deputados discutem possíveis medidas internas, incluindo afastamento de funções e substituição temporária na presidência da Casa.

O caso reacende o debate sobre a infiltração do crime organizado em estruturas do Estado e a necessidade de mecanismos mais rígidos para preservar o sigilo de investigações sensíveis.

Próximos passos

Rodrigo Bacellar será ouvido pela PF, e o material apreendido passará por análise pericial. A continuidade da prisão ou eventual pedido de revogação será avaliada pelo STF, à medida que novas provas forem sendo incorporadas ao processo.

A PF afirma que a prioridade agora é identificar todos os responsáveis pelo vazamento e apurar se houve participação de outros agentes públicos nas tentativas de interferir na Operação Zargun.