O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), anunciou que irá solicitar à Justiça um aumento nas penalidades impostas aos sindicatos representando os funcionários do Metrô, da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e da Sabesp devido à sua recusa em cumprir uma decisão judicial e por terem realizado uma greve hoje em protesto ao plano de privatizações.
Hoje, os funcionários do Metrô de São Paulo, da CPTM e da Sabesp estão em greve para se opor ao plano de privatização dos serviços proposto por Tarcísio. Os sindicatos argumentam que o governo não os convocou para discutir o assunto e estão solicitando uma consulta popular por meio de um plebiscito.
Ontem, a Justiça determinou que os metroviários deveriam manter 100% das operações durante os horários de pico, uma ordem que, de acordo com Tarcísio, foi desobedecida. Atualmente, a multa para o descumprimento dessa decisão é de R$ 500 mil.
O Sindicato dos Metroviários realizará uma nova assembleia hoje, às 18h, com a possibilidade de estender a greve.
Nesta manhã, várias estações das quatro linhas operadas pelo Metrô de São Paulo e a maioria das linhas da CPTM amanheceram fechadas. As linhas 4-amarela e 5-lilás do Metrô, bem como as linhas 8-diamante e 9-esmeralda da CPTM, que foram concedidas à iniciativa privada, estão operando normalmente.
O governo de São Paulo forneceu a seguinte situação das linhas:
No Metrô:
- Linha 1-Azul: Fechada
- Linha 2-Verde: Fechada
- Linha 3-Vermelha: Fechada
- Linha 15-Prata: Fechada
Na CPTM:
- Linha 7-Rubi: Funcionamento parcial, de Caieiras até Luz
- Linha 10-Turquesa: Fechada
- Linha 11-Coral: Funcionamento parcial, de Guaianases até Luz
- Linha 12-Safira: Fechada
- Linha 13-Jade: Fechada.
Os ônibus na capital estão operando normalmente, com 100% da capacidade, e o rodízio de carros está suspenso durante todo o dia, exceto para veículos pesados, como caminhões.
Vale destacar que as linhas privatizadas, gerenciadas pela ViaMobilidade, têm enfrentado problemas recorrentes, como descarrilamentos, redução de velocidade, atrasos e trens com portas abertas. A concessionária chegou a assinar um acordo com pagamento de multas devido a essas falhas.
De acordo com um relatório do UOL, as linhas privatizadas têm três vezes mais falhas do que as administradas pela CPTM. De janeiro a abril, as linhas 8 e 9 registraram 16 falhas de operação, enquanto as linhas 7, 10, 11, 12 e 13 da CPTM tiveram apenas cinco problemas.
A presidente do Sindicato dos Metroviários, Camila Lisboa, acusou o governador de atacar o direito de greve dos trabalhadores e de “mentir em favor de um objetivo político” ao se referir às paralisações da categoria.