Clientes devem reduzir gastos de natal em presentes diante de juros altos e aumento nos preços dos alimentos

As projeções indicam um provável aumento nas vendas de Natal neste ano, apesar das cautelas. O impacto do aumento nos preços dos alimentos e das elevadas taxas de juros pode limitar o poder de compra dos consumidores.

Expectativas para o Natal

De acordo com pesquisa da CNDL e SPC, o Natal deve injetar expressivos R$ 74,6 bilhões na economia. Os consumidores planejam adquirir, em média, quatro presentes, com um valor médio de R$ 138. Apesar das expectativas positivas para o comércio, Alberto Serrentino, fundador da Varese Consultoria de Varejo, destaca a busca por práticas sustentáveis nas vendas, indicando que promoções podem não ser tão evidentes.

Para Serrentino, o crescimento das vendas no Natal será moderado, considerando a melhoria no emprego, o aumento da renda e a redução da inflação. No entanto, Tavares alerta que o preço dos alimentos pode limitar o consumo, especialmente no setor de vestuário, cujo desempenho em 2023 foi impactado pelos preços e pela concorrência internacional.

Embora bens duráveis estejam mais acessíveis, a preferência por alimentos pode ser evidente. Isabela Tavares, economista da Tendências Consultoria, destaca a queda nos preços dos eletrodomésticos e eletrônicos, impulsionada pela redução nos custos dos insumos industriais e pelo câmbio favorável.

Braz observa que, apesar do aumento nos preços dos alimentos, as famílias devem desfrutar de uma refeição mais substancial neste Natal, refletindo o aumento da renda, a diminuição do desemprego e o crescimento do PIB.

A cautela no varejo persiste devido às altas taxas de juros e à inflação, mesmo com a redução da Selic para 11,75% ao ano. A melhoria nas condições de crédito, no entanto, pode impulsionar as vendas, conforme destaca Gustavo Senday, analista de varejo da XP.

Presentes mais buscados

Roupas lideram a lista de presentes mais desejados, seguidas por perfumes, calçados, brinquedos e acessórios. As lojas físicas continuam sendo a preferência de 76% dos consumidores, especialmente em lojas de departamento (38%) e shopping centers (31%). Cerca de 50% pretendem realizar compras online, com destaque para sites internacionais (65%), seguidos por sites nacionais (55%), lojas de departamento (44%) e classificados online (34%).

Os brasileiros adotam uma abordagem mais racional nas compras de Natal, conforme revela pesquisa Ipsos encomendada pelo Google Brasil. Oitenta e sete por cento dos entrevistados fazem pesquisas prévias, sendo 68% atentos aos preços e promoções online. Em relação aos gastos, 24% planejam desembolsar até R$ 100 por presente.

Texto por: Redação

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