Em uma nova fase da chamada Operação Sem Desconto, deflagrada na manhã desta quinta-feira (13), a Polícia Federal (PF), em conjunto com a Controladoria‑Geral da União (CGU), prendeu o ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e cumpriu mandados de busca e apreensão contra um deputado federal e um ex-ministro, no que se configura como uma extensão das investigações de fraudes em benefícios previdenciários. O que está sendo investigado
Segundo a PF, o esquema apurado envolvia a cobrança de “descontos associativos” em aposentadorias e pensões do INSS sem autorização dos segurados — por meio de associações que supostamente prestavam serviços, mas com estrutura insuficiente ou inexistente para tanto.
Entre os crimes investigados estão: inserção de dados falsos em sistemas oficiais, constituição de organização criminosa, estelionato previdenciário, corrupção ativa e passiva, além de ocultação e dilapidação patrimonial.
As ordens judiciais englobam 63 mandados de busca e apreensão, dez prisões preventivas e outras medidas cautelares em 15 unidades da federação.
Principais envolvidos
- Alessandro Stefanutto: ocupou a presidência do INSS e, de acordo com reportagens, foi nomeado em julho de 2023 e exonerado em abril de 2025.
- José Carlos Oliveira (também identificado como Ahmed Mohamad Oliveira): ex-ministro da Previdência, é alvo de mandado de busca e também da instalação de tornozeleira eletrônica.
- Euclydes Pettersen: deputado federal (Republicanos-MG) que aparece entre os alvos de mandados de busca e apreensão.
Contexto e repercussão
A operação “Sem Desconto” já havia sido iniciada anteriormente, com investigação sobre um esquema avaliado em R$ 6,3 bilhões em descontos indevidos de aposentadorias e pensões entre 2019 e 2024.
A nomeação de Stefanutto, por sua vez, foi fruto de indicação política; o ministro da Previdência da época, Carlos Lupi, assumiu responsabilidade pela escolha e declarou tratar-se de profissional “altamente qualificado”.Para os beneficiários do INSS, esse tipo de esquema representa prejuízo direto — pois significa que parcelas dos benefícios foram desviadas ou cobradas indevidamente. O governo já anunciou medidas para devolver valores aos segurados afetados.
Próximos passos
- A PF e a CGU continuarão cumprindo medidas judiciais e apurando o papel de cada um dos investigados no esquema.
- As defesas dos investigados afirmaram que irão colaborar com as investigações e que “confiam em provar sua inocência”.
- A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do INSS (CPMI INSS) trabalha paralelamente para avaliar responsabilidades administrativas e-/ou criminais de servidores e dirigentes do INSS.



