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Ramagem deixa o Brasil clandestinamente e tem prisão pedida ao STF

O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Abin, tornou-se alvo de novo embate político e jurídico após ter deixado o Brasil de forma clandestina em setembro, mesmo estando submetido a medidas cautelares determinadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A situação levou parlamentares a pedirem sua prisão preventiva, argumentando risco de fuga e descumprimento de ordem judicial.

Saída irregular e atestados médicos

Segundo Jornal Jovem Pan, relatos apontam que Ramagem foi visto em Miami, nos Estados Unidos, em um condomínio de alto padrão, ao lado da esposa. A informação gerou pressão imediata sobre a Câmara dos Deputados, que confirmou não ter sido comunicada oficialmente sobre qualquer viagem ao exterior do parlamentar.

A Casa informou ainda que o deputado apresentou dois atestados médicos cobrindo longos períodos de ausência: de 9 de setembro a 8 de outubro e de 13 de outubro a 12 de dezembro. Mesmo assim, sua presença no exterior e a falta de comunicação formal levantaram suspeitas de que ele teria deixado o país burlando o controle institucional.


Vídeo sobre saída de Alexandre Ramagem do Brasil ( Vídeo: reprodução/ Jornal Record)

Condenação e medidas impostas por Moraes

Em setembro, Ramagem foi condenado pela Primeira Turma do STF a 16 anos, 1 mês e 15 dias de prisão por crimes ligados à chamada “trama golpista”, incluindo tentativa de golpe de Estado, organização criminosa armada e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

Por causa desses crimes, o ministro Alexandre de Moraes havia determinado que o deputado entregasse seus passaportes e ficasse proibido de deixar o Brasil. A suposta viagem clandestina representa, portanto, violação direta dessas medidas cautelares.

Pedido de prisão preventiva

Diante da situação, deputados do PSOL-RJ ingressaram com pedido de prisão preventiva no STF, afirmando que tudo indica que Ramagem fugiu do país e que há risco concreto de não cumprimento da pena. Eles sustentam que a permanência do deputado no exterior compromete a autoridade das decisões judiciais.

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, também acionou o STF e a Mesa Diretora para que sejam apuradas as circunstâncias da saída do parlamentar. Segundo ele, a fuga de um deputado condenado por crimes contra a democracia representa grave violação institucional.

Impactos políticos e institucionais

A ausência de comunicação formal à Câmara e o possível descumprimento das medidas impostas pelo STF aumentaram a pressão sobre o Legislativo e reacenderam críticas ao sistema de controle de parlamentares investigados ou condenados.

Até o momento, a defesa de Ramagem não apresentou explicações públicas sobre sua presença no exterior.

O episódio adiciona tensão a um processo já sensível, uma vez que a condenação de Ramagem integra o conjunto de julgamentos relacionados à tentativa de subverter o resultado das eleições de 2022. A expectativa é de que o STF se pronuncie sobre o pedido de prisão preventiva nos próximos dias.