Comissão do Vaticano vota contra permissão para mulheres servirem como diáconas, mas debates sobre participação feminina na Igreja continuarão.
Comissão do Vaticano rejeita ordenação feminina
A comissão do Vaticano encarregada de estudar a possibilidade de mulheres se tornarem diaconisas votou contra a medida, em uma decisão de 7 votos a 1. O relatório foi entregue ao Papa Leão XIV, atual líder da Igreja Católica, e divulgado oficialmente pelo Vaticano.
Segundo o documento, pesquisas históricas e teológicas “excluem a possibilidade” de permitir mulheres como diáconas neste momento, mas recomendam estudos contínuos sobre a questão. A decisão é consultiva, mas representa a posição oficial da Igreja atualmente.
O papel das diáconas e contexto histórico
O diaconato é um ministério que permite a realização de várias funções na Igreja, como batizar, testemunhar casamentos e presidir funerais, mas não celebrar a Missa. Historicamente, algumas mulheres serviram como diáconas nos primeiros séculos da Igreja, como a mencionada Phoebe em cartas de São Paulo, mas o papel tornou-se ao longo do tempo predominantemente masculino.
Após reformas na década de 1960, o diaconato passou a ser visto como um cargo permanente para homens casados, separado do caminho ao sacerdócio. Nos últimos anos, surgiram demandas de mulheres que acreditam ser chamado de Deus assumir esse papel de serviço, o que motivou a criação das comissões papais.
Discussões e comissões papais
O debate sobre mulheres diáconas ganhou força após um pedido de ordens de religiosas globais em 2016. O Papa Francisco instituiu duas comissões para estudar o tema, deliberando em sigilo. A primeira comissão apresentou posições a favor e contra, enquanto a segunda, liderada pelo Cardeal Giuseppe Petrocchi, votou contra em julho de 2022.
Apesar da rejeição, a comissão também votou em fevereiro de 2025 a favor de ampliar o acesso das mulheres a outras oportunidades ministeriais, sem especificar quais funções poderiam ser criadas. O relatório recomendou que pastores avaliem quais ministérios adicionais podem ser introduzidos para atender às necessidades atuais da Igreja.
Repercussão internacional
A decisão provocou diferentes reações entre fiéis, teólogos e movimentos de defesa da participação feminina na Igreja:
- Alguns criticaram a decisão, defendendo que a ordenação de mulheres como diáconas é necessária para refletir a realidade contemporânea da Igreja e da sociedade.
- Outros setores consideraram a medida coerente com a tradição católica, lembrando que existem outras formas de serviço e liderança feminina sem recorrer à ordenação.
Acadêmicos, como Phyllis Zagano, alertaram que o relatório procura apresentar o tema de forma negativa, omitindo partes de análises anteriores que defendiam mulheres diáconas.
O que muda e o que permanece
- Mulheres não poderão ser ordenadas como diáconas neste momento.
- Estudos históricos e teológicos sobre o diaconato feminino continuarão em debate.
- A Igreja mantém posições tradicionais sobre ordens sagradas, mas incentiva reflexões sobre papéis alternativos para mulheres no serviço religioso.
O resultado mostra um equilíbrio entre tradição e diálogo, reafirmando os limites atuais do ministério sacramental masculino, mas mantendo espaço para futuras discussões sobre participação feminina na Igreja.




