Febre Amarela: óbit0 em SP reforça importância da vacina

O Estado de São Paulo alerta a população para o risco de contaminação por Febre Amarela após o estado registrar no último dia 29 de março, o primeiro óbit0 confirmado por Febre Amarela de 2024. O caso foi em um homem, de 50 anos, morador de Águas de Lindóia e que se deslocava também pela região de Monte Sião em Minas Gerais.

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) intensificou as ações de vigilância em saúde e vacinação na região de Águas de Lindóia, reforçando a importância da vacinação e conscientização sobre a imunização de rotina, não apenas em momento epidêmico ou pandêmico para evitar casos mais graves. A vacina contra Febre Amarela faz parte do calendário de imunização e está disponível em todos os postos de saúde do estado. Até o último dia 22 de abril, em todo o território estadual, a cobertura vacinal contra Febre Amarela é de 68,47%.

Desde abril de 2017, o Brasil adota o esquema vacinal de apenas uma dose durante toda a vida, medida que está de acordo com as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS). Toda pessoa que reside em Áreas com Recomendação da Vacina contra febre amarela e pessoas que irão viajar para essas áreas devem imunizar-se pelo menos 10 dias antes do deslocamento.

Para Regiane de Paula, coordenadora da Vigilância em Saúde (CCD/SES-SP), para quem irá viajar para o interior e para outros estados, a imunização é imprescindível. “A vacina da Febre Amarela tem um período de 10 dias para criar anticorpos, desta forma, quem for viajar para zona de mata, ir para acampamentos, trilhas, cachoeiras, é de suma importância a imunização o quanto antes”.

É importante destacar também que os macacos não transmitem Febre Amarela. A infecção se dá por meio de mosquitos silvestres, que vivem em zona de mata e não habitam o ambiente urbano das cidades. O risco é maior em áreas de mata e zona rural que recebem turistas para acampamentos, trilhas e outras atividades.

A doença

A febre amarela (FA) silvestre é uma doença infecciosa febril aguda, não contagiosa, causada por um arbovírus do gênero Flavivirus, família Flaviviridade. Epidemiologicamente, a doença pode se apresentar sob duas formas distintas: febre amarela urbana (FAU) e febre amarela silvestre (FAS), diferenciando-se uma da outra apenas pela localização geográfica, espécie vetorial e tipo de hospedeiro.

No humano a Febre Amarela possui rápida evolução, com cerca de 10% dos casos, evoluindo para formas graves com icterícia (amarelão da pele), dor abdominal intensa, sangramentos em sistema digestivo (vômitos ou fezes com sangue), pele ou urina e falência renal. Por isso a importância de identificar a doença precocemente para realizar os cuidados médicos necessários.

Os sintomas iniciais da febre amarela são:

  • início súbito de febre;
  • calafrios;
  • dor de cabeça intensa;
  • dores nas costas;
  • dores no corpo em geral;
  • náuseas e vômitos;
  • fadiga;
  • fraqueza;
  • diarréia.

A maioria das pessoas melhora após estes sintomas iniciais. No entanto, cerca de 15% apresentam um breve período de horas a um dia sem sintomas e, então, desenvolvem uma forma mais grave da doença.

Depois de identificar alguns desses sintomas, procure um médico na unidade de saúde mais próxima e informe sobre qualquer viagem para áreas de risco nos 15 dias anteriores ao início dos sintomas, e se você observou mortandade de macacos próximo aos lugares que você visitou, assim como picadas de mosquito. Informe, ainda, se você tomou a vacina contra a febre amarela, e a data.

Se você identificar macacos mortos na região onde vive ou está, informe imediatamente as autoridades sanitárias do município ou estado, de preferência, diretamente para a vigilância ou controle de zoonoses.

Prevenção

A prevenção da febre amarela pode ser feita em duas frentes: por meio da vacinação e da contenção do avanço do mosquito.

Uma das medidas é evitar acúmulos de líquidos onde o mosquito possa se desenvolver, como em pneus, garrafas d’água e pratinhos de plantas. Certos tipos de folhagens, como a bromélia e a espada de São Jorge, também podem armazenar água, permitindo o surgimento de larvas de mosquitos.

No entanto, a maior e melhor forma de prevenir a febre amarela é por meio da vacinação. O paciente é inoculado com o vírus vivo e enfraquecido da doença, que, embora seja incapaz de desencadear seus efeitos, consegue uma resposta do sistema imunológico da pessoa. Assim, se o indivíduo entrar em contato com a febre amarela, seu corpo já saberá como combater a infecção e ele não ficará doente.