As contas de Mauro Cid tiveram cinco movimentações em menos de um ano, sendo que três delas ocorreram mesmo após sua prisão, como revelado pela CPI dos atos golpistas de 8 de janeiro e confirmado pela GloboNews.
Após solicitação da CPI, o sigilo das contas de Cid foi quebrado, revelando que em 4 de agosto de 2022, antes das eleições presidenciais do ano passado, ele investiu R$ 475 mil em um fundo. Cerca de dois meses depois, retirou R$ 80 mil desse fundo. Estas foram as únicas movimentações em 2022.
No início do ano seguinte, após sua prisão em 3 de maio por conta das investigações sobre falsificação de cartões de vacina de Jair Bolsonaro, ocorreu uma retirada de R$ 234 mil de sua conta. Mesmo após a prisão, em 9 de maio, retirou R$ 15 mil, seis dias após sua detenção, e mais R$ 100 mil foram sacados sete dias depois.
Mesmo após a prisão, houve mais uma retirada. Em 2 de junho, R$ 71 mil foram sacados, esvaziando a conta desse fundo, que permanece inalterada desde então.
Mauro Cid encontra-se detido e à medida que as investigações avançam sobre ele e o ex-presidente Bolsonaro, ele mudou de advogado duas vezes. Atualmente, sua defesa está considerando a possibilidade de uma delação premiada para resguardar seu pai, Mauro Lourena Cid, mencionado nas apurações do caso das joias sauditas supostamente adquiridas e revendidas por Cid e outros ligados ao ex-presidente.
Na semana passada, o Coaf detectou movimentações financeiras incomuns no montante de cerca de R$ 4 milhões relacionadas ao pai de Cid – quantia significativamente superior aos ganhos anuais do general do Exército. Movimentações também foram identificadas envolvendo Cid, o tio da esposa dele (João Norberto Ribeiro) e sua filha.
Antes de sua prisão, Mauro Cid admitiu que administrava as finanças do ex-presidente da República.