Fortes chuvas: RS decreta estado de calamidade pública

O Rio Grande do Sul decretou estado de calamidade pública, na noite desta quarta-feira (01), devido às chuvas intensas que têm afetado o estado desde o início da semana. A decisão, assinada pelo governador Eduardo Leite (PSDB), foi publicada em uma edição extra do Diário Oficial do Estado e terá vigência de 180 dias.

No decreto, o governo ressalta que o Rio Grande do Sul tem sido atingido por chuvas intensas, alagamentos, granizo, inundações, enxurradas e vendavais de grande intensidade. Esses eventos são classificados como desastres de Nível III, de acordo com a Defesa Civil, caracterizados por danos e prejuízos elevados.

“Os eventos meteorológicos ocasionaram danos humanos, com a perda de vidas, e danos materiais e ambientais, com a destruição de moradias, estradas e pontes, assim como o comprometimento do funcionamento de instituições públicas locais e regionais e a interdição de vias públicas”, diz o texto.

Com a entrada em vigor, fica estabelecido que órgãos e entidades da administração pública estadual prestarão assistência à população em áreas afetadas pelos eventos climáticos. O texto acrescenta que municípios podem enviar solicitações semelhantes, que serão avaliadas e aprovadas pelo Estado.

O Rio Grande do Sul vem sofrendo com chuvas intensas desde a última segunda-feira (29). O governador do estado, classificou as chuvas como “o maior desastre já enfrentado” uma vez que centenas de imóveis foram inundados devido às cheias de rios. Os temporais já deixaram 11 mortos, 22 desaparecidos e 11 feridos, segundo a Defesa Civil. Ao todo, foram registrados transtornos em 114 municípios.

“Infelizmente, a situação deste ano deverá ser pior que a de 2023. Veremos ainda um aumento nos níveis dos rios devido às chuvas”, alertou o governador. “Então, é crucial que as pessoas se protejam e busquem abrigo em locais seguros, longe do perigo das inundações. Também pedimos que tomem cuidado com locais de encostas, onde pode haver deslizamentos devido ao encharcamento da terra”, aconselhou.

Fortes chuvas

As fortes chuvas afetaram mais de 100 cidades gaúchas, causando diversos transtornos, como inundações, quedas de barreiras e deslizamentos de terra. As regiões mais atingidas são a Metropolitana de Porto Alegre, dos Vales, Central, Serra e Sul.

Todos os rios monitorados pelas autoridades do Rio Grande do Sul estão com níveis acima dos limites de alerta. A preocupação agora se volta para os municípios da região metropolitana de Porto Alegre, onde os rios Jacuí, Guaíba e Sinos também podem transbordar nos próximos dias.

As chuvas que castigam o Rio Grande do Sul devem chegar a Santa Catarina nesta quinta-feira (2), segundo a Defesa Civil. A metade Sul do estado, com áreas do Grande Oeste, Planalto Sul e Litoral Sul, será a mais atingida.

A Defesa Civil emitiu um alerta de risco moderado a alto para ocorrências relacionadas a alagamentos, enxurradas, destelhamentos à rede elétrica e deslizamentos. Há alertas para temporais com risco de descargas elétricas, rajadas de vento e queda de granizo.

Rio Taquari

O Rio Taquari, que percorre a Região dos Vales, uma das mais atingidas pelos temporais no Rio Grande do Sul desde segunda-feira (29), passou dos 30 metros de altura e atingiu o maior nível da história.

A medição foi feita na madrugada desta quinta-feira (2) nas cidades de Lajeado e Estrela pelo Serviço Geológico do Brasil. O nível do rio chegou a 31,2 metros, maior do que o da enchente registrada em setembro de 2023, quando chegou a 29,5 metros, e a maior alta registrada até então, que era de 29,9 metros, em 1941.

Por conta dessa situação, a Defesa Civil emitiu uma “orientação expressa” para evacuação da Região dos Vales, especificamente o Vale do Taquari. A recomendação é para os municípios de Santa Tereza, Muçum, Roca Sales, Arroio do Meio, Encantado e Lajeado.

O Vale do Taquari é a mesma região afetada, em setembro de 2023, por um ciclone seguido de enchentes. Ao todo, 54 pessoas morreram na época e quatro ainda seguem desaparecidas.

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