Nos últimos dias, ganhou destaque nas redes sociais e na imprensa uma série de denúncias sobre a adultização de crianças em conteúdos digitais. O termo, que se refere à exposição de menores com comportamentos, roupas ou linguagem considerados inadequados para a idade, levantou um intenso debate sobre os limites entre liberdade de expressão, responsabilidade dos responsáveis e proteção infantil.
A discussão ganhou força após o influenciador Felca denunciar em suas redes a existência de perfis que expõem crianças de forma sexualizada, atraindo interações inapropriadas. O vídeo inicialmente comentado por ele é de uma adolescente conhecida como ‘Camilinha’. que desde os 12 anos faz videos para internet.
No entanto, um perfil nas redes sociais de uma menina de apenas 12 anos,com perfil no tiktok conhecida por indiazinha também tem chamado atenção. Com autorização dos pais, ela mantém vídeos em que se expõe de forma considerada inapropriada para a idade — muitos deles gravados pela própria mãe. O conteúdo acumula milhares de visualizações e comentários, incluindo interações de cunho sexual.
Em muitos casos, esses vídeos são produzidos ou permitidos pelos próprios responsáveis, o que gerou críticas de especialistas e internautas sobre a falta de consciência dos riscos envolvidos.
Segundo psicólogos e pedagogos, a exposição precoce a comportamentos e estéticas adultas pode afetar o desenvolvimento emocional e psicológico da criança, além de facilitar a ação de criminosos que se aproveitam desse tipo de material. “A internet não esquece. Qualquer conteúdo publicado pode ser copiado, modificado e compartilhado fora de contexto, trazendo consequências graves para a vida futura dessas crianças”, alerta a psicóloga infantil Mariana Lopes.
O Conselho Tutelar e o Ministério Público reforçam que a adultização de crianças pode configurar violação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que prevê proteção integral contra qualquer forma de exploração. Plataformas de redes sociais também foram cobradas a intensificar a moderação e a remoção de conteúdos que sexualizem menores.
Enquanto autoridades investigam casos específicos, o debate segue vivo nas redes. Pais e responsáveis são orientados a refletir sobre o tipo de exposição que seus filhos recebem online, reforçando a importância de preservar a infância e garantir um ambiente seguro e saudável para o desenvolvimento.