A defesa de Daniel Vorcaro, fundador do Banco Master e preso na Operação Compliance Zero, prepara uma nova estratégia para contestar a acusação de que ele tentava fugir do país. O ponto central é uma reserva de hospedagem de mais de meio milhão de reais feita em um hotel de luxo em Dubai, utilizada pelos advogados como prova de que a viagem teria finalidade profissional.
Argumentos da acusação
Vorcaro foi detido no Aeroporto Internacional de Guarulhos quando embarcaria em um jatinho particular com destino ao exterior. Para a Polícia Federal, o deslocamento levantou suspeitas de que ele pretendia deixar o Brasil para evitar os desdobramentos da investigação. O plano de voo da aeronave, que registrava Malta como destino final, reforçou essa interpretação.
A prisão preventiva foi mantida pela Justiça com base no risco de interferência nas apurações e no potencial de prejuízo à ordem pública, considerando o volume de recursos sob investigação na operação.

Estratégia da defesa
Os advogados afirmam que a viagem não tinha caráter de fuga, mas de negócios. A equipe apresentou documentos que mostram a reserva da suíte presidencial de um resort de alto padrão em Dubai, ao custo de aproximadamente R$ 524 mil por cinco dias. A intenção, segundo a defesa, era realizar uma série de reuniões com investidores interessados em operações relacionadas ao Banco Master.
A suíte reservada incluía estrutura de escritório, espaço para encontros privados e área suficiente para receber representantes de fundos internacionais. Além disso, a defesa sustenta que a escala prevista em Malta constava apenas por limitações técnicas da aeronave, que não teria autonomia para voar direto até os Emirados Árabes Unidos.
Contexto da operação
Vorcaro foi preso no âmbito da Operação Compliance Zero, que apura um suposto esquema de emissão de títulos de crédito fraudulentos e movimentações irregulares estimadas em bilhões de reais. A PF apreendeu bens de alto valor, incluindo obras de arte, dinheiro em espécie, joias e o jato usado pelo banqueiro.
A defesa busca agora reforçar a narrativa de que o deslocamento era parte de um planejamento empresarial já estabelecido, não uma tentativa improvisada de evasão. A apresentação da reserva de luxo em Dubai passa a ser um dos principais elementos para tentar reverter a tese sustentada pela investigação.




