O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, revogou nesta quinta-feira (20) a sobretaxa de 40% aplicada, desde julho deste ano, sobre diversos produtos agrícolas brasileiros, incluindo carne bovina, café, cacau, frutas tropicais, sucos e outros itens exportados ao mercado americano. A decisão foi formalizada por meio de uma ordem executiva assinada na quinta-feira (20).
A medida tem efeito retroativo para importações realizadas a partir de 13 de novembro de 2025, e o governo norte-americano prevê a possibilidade de reembolso das cobranças feitas durante o período em que o adicional esteve em vigor.
Negociações entre os governos
A decisão ocorre após semanas de diálogo entre representantes dos dois países. Trump afirmou que reconsiderou a tarifa após receber “novas informações e recomendações” de sua equipe e após progresso nas negociações com o governo brasileiro.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já havia mantido uma conversa telefônica com Trump em outubro, na qual ambos concordaram em avançar para resolver os entraves comerciais criados desde a imposição da sobretaxa. A tarifa, na época, havia elevado significativamente o custo de entrada de produtos brasileiros nos EUA, afetando exportadores de carne, café e frutas.
Reações no Brasil e impactos esperados
Setores do agronegócio brasileiro receberam a retirada da tarifa com otimismo. Entidades ligadas ao café e à carne afirmam que a decisão restabelece condições de competição no mercado norte-americano e reduz prejuízos acumulados desde a aplicação da sobretaxa.
Apesar disso, representantes da indústria ainda destacam que alguns itens seguem sujeitos a tarifas elevadas, e que o Brasil pretende continuar negociando para eliminar totalmente os encargos adicionais.
Nos Estados Unidos, autoridades do governo afirmaram que a retirada das tarifas também atende ao interesse doméstico em conter a alta no preço dos alimentos, uma preocupação crescente entre consumidores americanos.
