Lula faz posse de ministros do centrão em evento fechado e irrita Arthur Lira

Os ministros André Fufuca (Esporte), Márcio França (Micro e Pequenas Empresas) e Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos) foram oficialmente empossados pelo presidente Lula (PT) em uma cerimônia de caráter discreto realizada hoje no Palácio do Planalto. A escolha pela discrição causou descontentamento no presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que participou do evento na manhã de hoje.

A decisão de realizar uma cerimônia de posse discreta levou o presidente Lula a assinar os decretos em seu gabinete, na presença de líderes partidários e familiares dos novos ministros. A divulgação desse encontro se limitou à divulgação de documentos e fotos de Lula ao lado dos novos ministros, marcando o primeiro registro visual desde o anúncio da nomeação. Não houve acesso da imprensa ao evento, tampouco foram feitos discursos públicos. Além disso, a cerimônia atrasou em uma hora.

Arthur Lira expressou seu descontentamento com a decisão em conversas com interlocutores e líderes. O líder do centrão, que desempenhou um papel importante na articulação das mudanças ministeriais, considerou que não fazia sentido empossar três ministros de estado em um ambiente de gabinete, sem a pompa que os parlamentares esperavam.

Os ministros André Fufuca e Silvinho foram indicados para seus cargos pelo centrão durante a minirreforma ministerial anunciada na semana passada. Os partidos desses ministros, o PP e o Republicanos, esperavam que o presidente Lula organizasse uma cerimônia semelhante àquela realizada para o ministro Celso Sabino (Turismo) em agosto.

A oficialidade do Planalto evitou referir-se à cerimônia como uma posse, limitando-se a listar uma reunião de Lula com os três ministros em sua agenda. No entanto, familiares e líderes partidários foram convidados para participar da formalidade. As cerimônias de transmissão de cargo ocorrerão posteriormente nos respectivos ministérios, ainda nesta tarde, mas sem a presença do chefe do Executivo.

Os parlamentares consideraram o gesto do presidente um “equívoco”. De acordo com informações obtidas pelo UOL, após a divulgação da agenda presidencial no final da noite de ontem (12), os líderes do centrão expressaram publicamente seu descontentamento na Câmara dos Deputados.

No cenário político, onde os símbolos têm grande importância, realizar um evento de menor destaque foi visto como um sinal de menosprezo, especialmente considerando que se tratava da nomeação de dois novos ministros de dois novos partidos. Em julho, quando Celso Sabino assumiu o cargo, houve um discurso, a presença de Lula, Arthur Lira e do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).

Em resposta ao UOL, o presidente da Câmara negou qualquer irritação e afirmou que estava presente na cerimônia. Hugo Motta (Republicanos-PB), líder do partido na Câmara, também minimizou a situação ao chegar ao Palácio do Planalto, dizendo: “Não nos incomoda de forma alguma. Cada momento tem suas particularidades. O deputado Silvio Costa já foi anunciado desde a última quarta-feira.”

A cerimônia foi breve, com duração de cerca de 30 minutos. Lula assinou os documentos, agradeceu aos ministros em um breve discurso e posou para fotos. Posteriormente, os três ministros desceram para falar com a imprensa.

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