O novo advogado do tenente-coronel Mauro Cid, Cezar Bitencourt, comunicou hoje, quarta-feira, 16 de agosto, que o militar desempenhava a função de assessor e meramente seguia instruções.
Entretanto, durante uma entrevista concedida ao programa Conexão, da GloboNews, o advogado explicou que assumiu o caso na noite de terça-feira, dia 15, e ainda não teve oportunidade de se reunir com o cliente. Por essa razão, ele afirmou que não dispõe de informações detalhadas acerca das acusações dirigidas ao tenente-coronel.
“Nesse contexto, é importante ressaltar que ele é um militar, contudo sua atribuição é a de um assessor. O papel de um assessor é cumprir as determinações do superior, sendo tal responsabilidade ainda mais enfatizada no caso de um assessor militar. Enquanto um civil poderia se desviar dessas instruções, um militar é inculcado desde a formação a seguir essa hierarquia de obediência. Portanto, alguém em posição de autoridade emitiu as ordens, alguém fez as determinações. Ele exerce a função de assessor, que consiste em prestar assistência e acatar ordens”, explicou.
Desde maio, o tenente-coronel está detido, devido ao seu suposto envolvimento em uma alegada fraude relacionada aos cartões de vacinação do ex-presidente Bolsonaro e de seus familiares. Entretanto, na semana passada, Mauro Cid também tornou-se alvo de uma operação realizada pela Polícia Federal, que investiga a possível comercialização ilícita de presentes oficiais durante o mandato de Bolsonaro.
O advogado revelou ter sido contatado por um membro da família de Mauro Cid, mas optou por não revelar a identidade do contratante. Ele também deixou claro que não está informado a respeito do pai de Mauro Cid, o general Mauro Lourena Cid, que também se encontra sob investigação devido à suspeita de envolvimento na venda irregular de presentes oficiais.
O advogado Cezar Bitencourt expressou sua opinião de que Mauro Cid está enfrentando uma situação “injusta” e sendo mantido sob custódia de maneira “injustificada”. Contudo, ele fez questão de enfatizar que não possui familiaridade com os detalhes do processo e planeja se encontrar com o tenente-coronel no final da tarde desta quarta-feira.
Bitencourt também esclareceu que não tem intenção de revelar as estratégias da defesa nem antecipar os próximos passos a serem adotados. Apesar disso, ele voltou a sustentar a argumentação de que Mauro Cid agia mediante ordens recebidas.
“A seriedade e a importância da obediência hierárquica para um militar são cruciais e graves. É justamente essa obediência a um superior militar que serve como fator de atenuação da sua culpa”, declarou.