PF apresenta relação criminosa entre ministro Juscelino Filho e empresário

Investigações da Polícia Federal apontam que o Ministro das Comunicações do governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Juscelino Filho (União Brasil-MA), estabeleceu vínculos ilícitos com o empresário Eduardo José Barros Costa, também conhecido como Eduardo DP, que é proprietário de uma empreiteira sob investigação de supostos desvios em contratos da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), uma estatal federal que foi entregue ao centrão.

As conversas descobertas no celular do empresário, que foram incluídas em um relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), reforçam as suspeitas desse envolvimento criminoso.

Embora não conste como sócio nos registros oficiais, Eduardo é apontado como o legítimo dono da empresa Construservice, que celebrou contratos vultosos com a Codevasf, sendo financiados por meio de emendas parlamentares, conforme relatado em um artigo do jornal Folha de S. Paulo.

Um trecho de um relatório da Polícia Federal destaca de forma evidente a relação criminosa que teria sido acordada entre Juscelino Filho e Eduardo DP. No referido documento, a Polícia Federal alega ainda que o círculo próximo ao Ministro foi responsável pelo alegado desvio ou apropriação indevida de, no mínimo, R$ 835,8 mil.

A Folha entrou em contato com a defesa do ministro, que, em comunicado, nega que Juscelino tenha obtido quaisquer benefícios pessoais por meio das emendas.

“A execução das obras não apresenta irregularidades, e as emendas atendem às necessidades da população, como já foi explicado às autoridades. As emendas parlamentares são um instrumento legítimo e democrático do Congresso Nacional, e todas as ações de Juscelino Filho foram conduzidas de maneira legal”, afirmam os advogados Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso, que assinam a declaração. Eles também destacam que é injustificável fazer suposições de que Juscelino tenha obtido ganhos pessoais com seu trabalho parlamentar, especialmente quando baseadas em mensagens de origem e autenticidade duvidosas.