Ao levar a sua esposa para ganhar o filho e não ser atendido no Hospital Regional Dr. Osíris Florindo Coelho, no dia 18 de março deste ano, o vereador Claudio Roberto Squizato (PL) sentiu na pele a falta que faz a realização de um parto humanizado na unidade. Segundo ele, após ficar cerca 1h de espera no corredor do referido hospital, uma médica foi chamada para atender a parturiente, por volta das 19h, tendo falado para a grávida, que, de fato, estava em trabalho de parto, mas não poderia interná-la ainda.
Naquele momento, apesar do sofrimento da esposa que sentia fortes dores, o parlamentar teve que ouvir a médica recomendar que a parturiente deveria ir para casa e voltar depois de 2h. Em contrapartida, quando a mulher do vereador questionou o motivo, a profissional simplesmente deu a seguinte resposta: “por isso que o nome é trabalho de parto; se não tivesse dor seria férias de parto”, reiterando para que retornasse para a sua casa e procurasse novamente o Regional 2h depois.
Para ele, o mais grave é que esse tipo de comportamento de médicos do Hospital Regional não é um caso isolado havendo, portanto, relatos recorrentes de demora sem nenhum motivo para a internação de gestantes em trabalho de parto, o que pode causar riscos à saúde e à própria vida das parturientes e dos bebês. “Na verdade, essas condutas e procedimentos iguais aos narrados acima, além de terem o potencial para gerar perigo a mãe e a criança também violam o Sistema Único de Saúde (SUS)”, comentou.
Além disso, o vereador considerou uma tremenda falta de respeito não apenas com o caso da sua esposa, mas com todas as parturientes que procuram a unidade para ganhar bebê. “Na prática, em geral, falta um atendimento humanizado aos pacientes no local”, opinou. Como consequência da ausência de atendimento, Claudio Squizato acabou conduzindo a sua mulher às pressas até a Santa Casa de Misericórdia, de Mogi das Cruzes, onde foi prontamente recebida e assim pôde fazer o parto da criança.
Por outro lado, o parlamentar deixou claro que a sua crítica a falta de atendimento do Hospital Regional não está sendo feita porque o assunto envolve a sua esposa, mas para alertar para que o problema cotidiano enfrentado por outras parturientes e por outros pacientes que vão até o local em busca de tratamento seja evitado por profissionais que atuam na unidade. “Enfim, as autoridades estaduais, incluindo o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) precisam tomar conhecimento do desleixo no Regional”, finalizou.
Repúdio
Como instrumento para denunciar o total descaso registrado no Hospital Regional, o vereador apresentou uma moção de repúdio que foi aprovada em única discussão e, por unanimidade, pelo plenário da Câmara Municipal na sessão ordinária, na terça-feira, dia 11. Com isso, cópias do documento foram enviadas para a direção do Dr. Osíris Florindo Coelho e à Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo. O texto também foi assinado por outros parlamentares.