Caso Marielle: delação de Élcio de Queiroz bate com investigações realizadas pela polícia


Na segunda-feira (24), o juiz Gustavo Gomes Kalil, da 4a Vara Criminal do Rio de Janeiro, decretou a prisão preventiva de Maxwell Simões Correa, conhecido como Suel, sob suspeita de envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista, Anderson Gomes. A decisão foi fundamentada na delação premiada prestada pelo ex-policial militar Élcio de Queiroz, cuja veracidade foi corroborada por outras provas coletadas ao longo das investigações realizadas pela polícia nos últimos anos.

Suel é apontado como alguém que teria trabalhado para se livrar do veículo utilizado no crime, um Chevrolet Cobalt. Além disso, existem evidências de que ele tenha tentado destruir provas relacionadas ao caso, o que foi considerado um dos motivos para sua prisão preventiva.

É importante destacar que Élcio de Queiroz, que também é acusado do assassinato de Marielle e Anderson, está colaborando com as autoridades como delator desde junho de 2020. Ao aceitar colaborar por meio de uma delação premiada a respeito dos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes, o ex-policial militar Élcio Queiroz também recebeu concessões em virtude de sua confissão sobre o envolvimento no crime. Conforme o acordo estabelecido, além do período de quatro anos que já se encontra detido, ele deverá cumprir mais oito anos de reclusão em regime fechado, totalizando uma pena de 12 anos de prisão.

Outra vantagem prevista é que Élcio não enfrentará julgamento popular, ao contrário de Ronnie Lessa. Além disso, ele deverá cumprir o restante de sua pena em uma penitenciária estadual, cuja localização não foi divulgada. Ademais, após sua colaboração como delator, a família do ex-policial militar também receberá medidas de proteção.

Até o momento, tanto Élcio quanto o ex-PM Ronnie Lessa, também acusado no caso, ainda aguardam julgamento.

Conforme os depoimentos do delator Élcio, ele revelou que Ronnie Lessa e Suel realizaram uma missão de monitoramento dos movimentos de Marielle nos dias 1º e 2 de fevereiro de 2018, utilizando um carro para tal propósito.

A decisão proferida nesta segunda-feira apresenta registros das Estações Rádio-Base (ERB) dos acusados e da placa do veículo utilizado no crime, os quais comprovam que ambos estavam no Chevrolet Cobalt durante os monitoramentos. Essas evidências sustentam a veracidade dos depoimentos e indicam que, de fato, o carro foi empregado na vigilância da vereadora.

Segundo o relato de Élcio, no dia do crime em 14 de março de 2018, ele estava ao volante do Chevrolet Cobalt, com Ronnie no banco do passageiro. Ao se aproximarem da Casa das Pretas, local onde Marielle havia participado de um evento, Ronnie pediu que estacionassem o carro. Uma vez estacionados, Ronnie então se transferiu para o banco de trás.