Governo divulga criação de Centro de Operações de Emergência para combater a dengue.

O Governo Federal anunciou nessa quinta (01) a criação do Centro de Operações de Emergências (COE Arboviroses) para combater a dengue. Durante evento da Comissão Intergestores Tripartite em Brasília, a ministra Nísia Trindade (Saúde) destacou a iniciativa como um meio mais ágil de organizar o sistema de saúde e ações de vigilância sanitária em coordenação com estados e municípios.

“É uma mensagem de mobilização nacional. De um Brasil unido contra a dengue. Um chamamento público para a união de todo o país neste momento para proteger a população e prevenir, pois sabemos que mais de 75% dos focos do mosquito se encontram nas casas”, explicou a ministra, que disse também, que desde setembro de 2023, o Governo Federal monitora a situação da doença em uma sala de situação, utilizando instrumentos de ciência e tecnologia para entender cenários e planejar ações. Neste momento, a dengue aparece como quadro de emergência em dezenas de municípios das regiões Sudeste e Centro-Oeste, mas  o olhar do governo tem perspectiva nacional.

O COE tem como objetivo elaborar estratégias para controle e redução de casos graves e óbitos, monitorando a situação com ênfase em dengue e chikungunya. A vacina, apesar de pioneira no Brasil, é vista como esperança para o futuro, mas não é considerada a resposta imediata à crise atual devido à limitação de produção e à restrição de aplicação em pessoas com mais de 60 anos.

A ministra destacou a inovação do Brasil ao adquirir vacinas para o sistema público de saúde, enfatizando que o imunizante deve ser encarado como uma esperança e não como uma resposta à atual crise. Isso ocorre devido à limitação na produção do fabricante, o que impossibilita uma oferta abrangente. Além disso, a vacina não atende à população com mais de 60 anos, grupo de maior risco de complicações decorrentes da doença.

“A vacina é nossa esperança para um futuro sem dengue, mas hoje não é o instrumento de maior impacto. Temos que, principalmente, prevenir e cuidar: fazer o controle dos focos do mosquito em nossas casas e cuidar de quem adoece. Contamos com todas e todos nessa campanha”, afirmou Nísia.

A primeira entrega, composta por aproximadamente 757 mil doses, chegou ao Brasil em 20 de janeiro. Esse lote faz parte de um fornecimento total de 1,32 milhão de doses providenciadas pela farmacêutica. Uma segunda remessa, contendo mais de 568 mil doses, está programada para ser entregue em fevereiro. Além desse primeiro lote de 1,3 milhão de vacinas, o Ministério da Saúde adquiriu a quantidade total disponibilizada pelo fabricante para 2024, totalizando 5,2 milhões de doses. Segundo a empresa, a expectativa é que essas doses sejam entregues ao longo do ano, até dezembro. Para o ano de 2025, a pasta já contratou outras 9 milhões de doses.

Em 2024, o Brasil registrou 217.481 casos prováveis de dengue, sendo 51.448 casos na semana epidemiológica 1 (31/12 a 6/1), 62.665 na semana 2 (7 a 13/1), 71.779 casos prováveis de dengue na semana 3 (14 a 20/1) e 31.589 casos na semana epidemiológica 4 (21 a 27/4).