A Polícia Federal deflagrou, em 13 de novembro de 2025, uma nova fase da Operação Sem Desconto, que investiga um amplo esquema de descontos não autorizados aplicados em benefícios de aposentados e pensionistas do INSS. A ação contou com o apoio da Controladoria-Geral da União e resultou no cumprimento de nove mandados de prisão preventiva, além de 63 mandados de busca e apreensão em 17 estados e no Distrito Federal.
Os investigados são suspeitos de participação em um esquema que utilizava associações e entidades conveniadas ao INSS para inserir cobranças indevidas diretamente nos benefícios, sem autorização dos segurados. Entre os crimes apurados estão organização criminosa, corrupção ativa e passiva, estelionato previdenciário, inserção de dados falsos em sistemas do governo e lavagem de dinheiro.
Quem são os presos
Foram detidos nesta fase da investigação:
- Alessandro Stefanutto — ex-presidente do INSS.
- Antônio Carlos Antunes Camilo, conhecido como “Careca do INSS”.
- André Paulo Félix Fidelis — ex-diretor de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão do INSS.
- Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho — ex-procurador-geral do INSS.
- Thaísa Hoffmann — empresária e esposa de Virgílio.
- Vinícius Ramos da Cruz — presidente do Instituto Terra e Trabalho (ITT).
- Tiago Abraão Ferreira Lopes — diretor da Conafer (Confederação Nacional dos Agricultores Familiares).
- Cícero Marcelino de Souza Santos — empresário ligado à Conafer.
- Samuel Chrisostomo do Bonfim Júnior — também vinculado à Conafer.
Estrutura do esquema
Segundo as investigações, o grupo usava a relação institucional entre o INSS e determinadas associações para incluir serviços, mensalidades ou contribuições que os beneficiários não haviam contratado. Milhões de aposentados foram afetados, muitos deles percebendo os descontos apenas meses depois.
Relatórios apontam que dirigentes e ex-servidores receberam valores expressivos através de empresas ligadas às associações envolvidas. Parte do dinheiro teria sido movimentada por meio de empresas em nome de familiares, ampliando as suspeitas de lavagem de dinheiro.
A comissão parlamentar que acompanha o caso afirma que esta fase da operação atingiu o núcleo central da estrutura responsável pelos desvios dentro do sistema de benefícios.



