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Joesley Batista viaja à Venezuela para pedir renúncia de Nicolás Maduro, diz Bloomberg

Bilionário da JBS teria viajado a Caracas para reforçar pressão de Donald Trump pela saída do presidente venezuelano; Casa Branca e J&F negam que ele represente qualquer governo.

Joesley Batista, coproprietário da JBS, viajou a Caracas, na Venezuela, para tentar convencer o presidente Nicolás Maduro a renunciar ao cargo, segundo reportagem publicada pela Bloomberg nesta quarta-feira (3). A informação foi confirmada por múltiplas fontes ouvidas pela agência.

A viagem teria ocorrido na última semana. Batista e Maduro se reuniram no domingo, 23 de novembro — dois dias após uma conversa telefônica entre o líder venezuelano e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A renúncia de Maduro é um objetivo declarado do governo norte-americano.


Viagem teria sido “iniciativa própria”, mas alinhada a interesse de Trump

De acordo com a Bloomberg, funcionários do governo Trump sabiam da viagem de Joesley Batista e consideravam que ela ajudaria a “reforçar a mensagem do presidente americano”. Apesar disso, a agência afirma que a missão foi articulada por iniciativa pessoal do empresário brasileiro.

Procurada, a J&F — holding da família Batista — declarou que “Joesley não é representante de nenhum governo”. A empresa não fez novos comentários, e a Casa Branca não respondeu à Bloomberg até a publicação da reportagem.


Tensão crescente entre EUA e Venezuela

A visita ocorre em meio a uma escalada de tensão entre Washington e Caracas. Desde agosto, os EUA mobilizam militares no Caribe, em uma área próxima à costa venezuelana. Segundo o governo americano, mais de 20 embarcações supostamente ligadas ao tráfico de drogas foram bombardeadas, resultando em mais de 80 mortes.

A Casa Branca afirma que conduz uma operação contra o narcotráfico internacional. No entanto, autoridades americanas ouvidas sob condição de anonimato dizem que o objetivo final seria remover Maduro do poder.


Pressão internacional pela saída de Maduro

A Reuters informou que o governo Trump chegou a dar um ultimato ao presidente venezuelano para que deixasse o cargo até 28 de novembro — o que não ocorreu. As solicitações de Maduro por garantias e condições para deixar o país não foram aceitas pela administração americana.

Os EUA não reconhecem Nicolás Maduro como presidente legítimo da Venezuela. Ele governa desde 2013 e reivindicou vitória nas eleições do ano passado, consideradas fraudulentas por Washington e por diversos governos ocidentais. Observadores independentes afirmam que a oposição venceu o pleito.


Movimentações diplomáticas continuam

Em discurso a apoiadores nesta segunda-feira (1º), Maduro declarou “lealdade absoluta” ao povo venezuelano e, segundo três fontes da Reuters, pediu uma nova ligação com Trump. Ainda não há indicação clara de que o líder venezuelano busca uma saída negociada do país.

Enquanto isso, Trump se reuniu com conselheiros de segurança nacional para discutir os próximos passos contra o regime venezuelano. Uma fonte ligada às discussões internas não descartou um acordo de saída para Maduro, mas afirmou que há divergências dentro da administração americana sobre o caminho a seguir.

Os Estados Unidos também aumentaram para US$ 50 milhões a recompensa por informações que levem à prisão de Maduro. Há ainda recompensas de US$ 25 milhões para outros altos funcionários, como Diosdado Cabello, acusados de narcotráfico. Todos negam as acusações.