As autoridades de Hong Kong anunciaram, na segunda-feira (1º de dezembro de 2025), a prisão de 13 pessoas sob suspeita de homicídio culposo após o incêndio que devastou o complexo residencial Wang Fuk Court, no distrito de Tai Po, e provocou a morte de pelo menos 151 pessoas. A tragédia é considerada o incêndio mais mortal da cidade em várias décadas.
O incidente
O incêndio, que começou em 26 de novembro, atingiu sete torres do conjunto habitacional. As chamas se espalharam rapidamente, dificultando a evacuação e as operações de resgate. Dezenas de pessoas continuam desaparecidas, e autoridades alertam que algumas vítimas podem nunca ser identificadas devido à intensidade do fogo, que reduziu corpos a cinzas.

Causas e denúncias de negligência
As investigações apontaram sérias falhas na segurança do edifício, especialmente relacionadas às obras de reforma que estavam em andamento. Entre os principais problemas identificados estão:
- o uso de redes de proteção plásticas e painéis de espuma de poliestireno, materiais inadequados e altamente inflamáveis;
- a presença de estruturas que não atendiam aos requisitos de resistência ao fogo, sobretudo em áreas de difícil acesso;
- relatos de falhas no sistema de alarme, que não teria funcionado durante o início do incêndio, atrasando a evacuação dos moradores.
Equipes de especialistas recolheram amostras de diversos pontos do prédio e confirmaram que a combinação de materiais usados facilitou a propagação das chamas.
As prisões e o andamento da investigação
Os 13 detidos — 12 homens e uma mulher, com idades entre 40 e 77 anos — incluem diretores, engenheiros e consultores ligados à empresa responsável pela reforma do complexo. Eles são investigados por negligência grave que teria contribuído diretamente para a tragédia.
As autoridades de Hong Kong ressaltaram que novas prisões podem ocorrer à medida que avançam as análises técnicas e os depoimentos.
Reações e consequências
O incêndio provocou comoção e indignação pública. Moradores relataram que já haviam feito alertas sobre riscos de incêndio e falhas de segurança antes do desastre, mas que esses avisos não foram devidamente investigados.
A tragédia reacendeu debates sobre a fiscalização de obras, o uso de materiais inadequados em reformas e a responsabilidade das empresas de construção. Também aumentou a pressão por mudanças rígidas nas normas de segurança predial e por uma investigação independente.




