Entenda a crise do Starbucks no Brasil. A marca vai fechar suas portas?

A SouthRock Capital, responsável pelas marcas Starbucks, Subway e Eataly no Brasil, solicitou recuperação judicial em 31 de outubro, citando dificuldades financeiras. Contudo, no dia seguinte, o pedido foi negado pela Justiça de São Paulo.

O juiz Leonardo Fernandes dos Santos, da 1ª Vara de Falências de São Paulo, apontou a falta de informações e solicitou uma perícia na documentação fornecida pela empresa.

Em uma decisão recente, datada de terça-feira (7), o magistrado concedeu parcialmente os efeitos da recuperação judicial, oferecendo uma proteção temporária a parte do patrimônio da empresa.

No entanto, o pedido de recuperação ainda está em análise, e mais de 40 lojas da Starbucks no Brasil foram relatadas como fechadas. Antes, a rede contava com 187 unidades em operação, e agora são 144. Até o momento, a empresa não se pronunciou sobre o fechamento dos estabelecimentos quando contatada pelo G1.

Na solicitação de recuperação apresentada à Justiça, consta que a SouthRock Capital acumula um montante total de R$ 1,8 bilhão em dívidas. A lista de credores não foi revelada.

Segundo o documento, 80% desse endividamento tem sua origem em “operações garantidas por cessões fiduciárias de recebíveis provenientes das receitas de seus restaurantes”. Isso indica que a maior parte das obrigações financeiras da empresa está associada ao dinheiro (crédito) a ser recebido, mas que já está comprometido como garantia futura de pagamento para seus credores e fornecedores.

Os advogados da empresa, ao justificarem o pedido de recuperação judicial, também destacaram que o grupo realizou “vultuosos investimentos e contraiu dívidas milionárias para viabilizar a exploração” da marca Starbucks no Brasil.

Existe a possibilidade de a Starbucks encerrar suas atividades no Brasil?

Embora a empresa não tenha se manifestado explicitamente sobre o assunto, a análise de especialistas indica que é muito improvável que a marca encerre suas operações no país.

Brenno Mussolin Nogueira, especialista em insolvência do Rayes & Fagundes Advogados, destaca pelo menos três alternativas para a continuidade das lojas da Starbucks:

  1. Renegociar o contrato com a SouthRock, mediante uma melhoria na situação financeira da empresa;
  2. Encerrar a parceria com a operadora atual e estabelecer um novo contrato de licença com outra empresa;
  3. A própria Starbucks dos Estados Unidos assumir as operações da marca no Brasil.

Na visão do especialista, a terceira opção é a mais provável, considerando que a cafeteria já conquistou a preferência do público brasileiro.

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