A Prefeitura de São Paulo desembolsou cerca de R$ 880 mil para o cantor Davi Goulart, primo do secretário municipal de Turismo, Rodrigo Goulart, realizar apresentações em quermesses e eventos de bairro. Os contratos foram firmados sem processo licitatório, sob a justificativa de que o artista seria “consagrado”.
De acordo com informações divulgadas pelo O Globo, os cachês pagos chegaram a R$ 50 mil por show, e parte dos recursos — cerca de R$ 700 mil — teria sido destinada por meio de emendas parlamentares do próprio secretário para o projeto “Circuito de Rua SP”. Davi Goulart recebeu, ao menos, R$ 425 mil em três contratos distintos dentro dessa iniciativa.
A escolha do artista, no entanto, gerou controvérsia. Apesar de ser classificado como “consagrado” nos processos, Davi Goulart tem apenas sete ouvintes mensais no Spotify, o que levantou questionamentos sobre a real notoriedade do cantor e a transparência dos contratos.
Em nota, a Prefeitura de São Paulo afirmou que todas as contratações seguiram os critérios legais e que foi feita uma pesquisa de preços por meio do Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP). O Executivo municipal também informou que a consagração do artista foi comprovada documentalmente dentro dos processos administrativos.